A COOPERATIVA TEM PRESENTE E FUTURO QUANDO INVESTE NA OQS

A COOPERATIVA TEM PRESENTE E FUTURO QUANDO INVESTE NA OQS

A riqueza da Sociedade Humana Cooperativa reside na convergência de diferentes fontes de pensamento e experiências históricas e contemporâneas na promoção do desenvolvimento sustentado (socialmente, ecologicamente e economicamente).

Os tempos da existência duma cooperativa podem ser vislumbrados em seu PASSADO, no seu PRESENTE e no seu FUTURO. O passado é a tradição que nos mostra onde estão suas raízes. O presente nos revela o poder do seu agir no agora. O futuro é uma projeção não garantida, fruto de planejamento, mas que só se efetivará com organização. E essa organização está diretamente fortalecida e clara, ou enfraquecida e escura dentro da teia da Organização do Quadro Social, a chamada OQS. Pode-se perceber que a organização alonga a vida da cooperativa para além desses tempos que o relógio pode marcar, ou sejam, os tempos cronológicos para um tempo além desses, o qual poderíamos intitular como tempo eterno cooperativa. Esse tempo ocorre quando ela tem o ideal de continuar o ideal traçado pelos pioneiros para o além daqui.

Quando se fala e se faz cooperativismo é necessário sonhar e filosofar, mesmo parecendo um devaneio, pois o ideal cooperativista tem sempre uma dose de utopia (“um lugar ou coisa que não existe”), quando se compara com a realidade (muitas vezes trágica) da economia capitalista (conjunto de atividades desenvolvidas pelos homens visando a produção, distribuição e o consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência e à qualidade de vida). Todavia ela segue por associar socialismo com capitalismo no que há de melhor para todos.

A organização de qualquer sociedade (ainda mais duma cooperativa) requer um trabalho exigente, mas também apaixonante, onde dois pontos centrais, que correspondem aos grandes ideais dos fundadores: o sonho da unidade e o sonho de melhores resultados para todos.

A cooperativa tem presente (e futuro) se houver realmente união entre dirigentes e associados.

A unidade a ser vivida é aquela que respeite e valorize as singularidades, as peculiaridades das famílias, comunidades e culturas que a compõem.  A riqueza da cooperativa reside na convergência de diferentes fontes de pensamento e experiências históricas e recentes, somando tudo para o bem comum do quadro social da cooperativa. Como um rio, vive de seus afluentes e da chuva que recebe, bem como da preservação das matas e vegetações ciliares. Se os afluentes estiverem enfraquecidos, degradados ou bloqueados, todo o rio é afetado e perde força e todos sofrem os malefícios ou carecem de melhores resultados.

Esta é a primeira ideia para a qual chamo a atenção de vocês: a cooperativa tem futuro se houver realmente união e não redução de unidade. O desafio é precisamente este: a unidade na diversidade, na esperança e sempre baseada na organização.

Toda organização cooperativa gravida para o bem se houver uma forte inspiração; caso contrário, prevalece o aparato burocrático, a desorganização, prevalece o paradigma tecnocrático, frio e desumano que, no entanto, não é fecundo porque não entusiasma as pessoas, não atrai as novas gerações, não envolve as forças vivas da sociedade na construção de um projeto comum.

Nesse sentido, a solidariedade cooperativa vem dizer que permanece sempre a verdade de que são os homens e as mulheres que fazem a diferença em todos os empreendimentos. Portanto, a primeira tarefa da cooperativa que se organiza neste campo é formar pessoas que, lendo os sinais dos tempos, saibam interpretar o projeto necessário na história de hoje, ou seja, no agora do agir cooperativista. E os dias atuais necessitam de mulheres e de homens animados pelo sonho de uma cooperativa unida e organizada a serviço de resultados positivos e sustentáveis.

Na que até aqui expomos, mesmo sendo em caráter geral, vemos que organizar o quadro social nas cooperativas é fundamental para a perpetuação da própria cooperativa e para o sistema cooperativista como um todo.

Através do processo de organização do conjunto de cooperados, que são seus legítimos donos, a cooperativa garante a representatividade dos interesses individuais e coletivo dos membros e a sucessão para a continuidade do empreendimento (na amplitude de todos os negócios e interesses cooperativos, sempre pautados pelo interesse na comunidade onde vivem e trabalham).

Todavia, organização (OQS) de faz om transparência, participação e engajamento (comprometimento mesmo) de cada cooperado num ponto ou nó da OQS.  E isso depende de conhecimento sobre a doutrina, educação (valores e princípios), cultura cooperativa, legislação pertinente e normas de funcionamento (atenção especial ao estatuto social).

Importante observar que, somente com um conjunto (quadro) de cooperados bastante esclarecidos e conscientes do seu papel, a cooperativa assegura o seu desenvolvimento e perenidade. O exercício desse papel fica claro quando a OQS da Cooperativa possibilita a participação viva e eficaz em núcleos e comitês, que são estruturas importantes para apoiar os conselhos e dirigentes nas ações que visem o fortalecimento e crescimento da cooperativa.

Alguns dos benefícios da Organização do Quadro Social nas cooperativas:

  • Incrementa a mobilização dos cooperados na participação dos eventos assembleares.
  • Possibilita a integração entre os cooperados e com a cooperativa.
  • Oportuniza maior esclarecimento por parte dos cooperados sobre o papel de cada um e o propósito da cooperativa e sua prestação de serviços.
  • Assegura que dirigentes, executivos e colaboradores entendam as necessidades e anseios dos cooperados.
  • Proporciona a credibilidade e fidelização dos cooperados com a sua cooperativa.
  • Favorece o aumento do quadro social em função de maior visibilidade provocada pela atuação de cooperados mais comprometidos, com o sistema cooperativista e a sua cooperativa, nas comunidades em que atuam.

Fica evidente que a organização do quadro social (OQS) é pelar fundamental e central do modelo cooperativista, garantindo a participação ativa, a gestão democrática dos cooperados e contribuindo no processo sucessório da cooperativa. 

 
 

Cursos para Professores do Programa Juventude Cooperativista Catarinense – DOUTRINA E EDUCAÇÃO COOPERATIVISTA (Sicoob Crediaraucária)

Os Cursos versaram sobre COOPERATIVISMO – a cooperação como forma de construção das finanças pessoais e familiares e a sustentabilidade comunitária.

Foram realizados para professores de escolas de Alfredo Wagner e Rancho Queimado, Estado de Santa Catarina, envolvendo as seguintes Escolas: EEB Silva Jardim – Centro/Alfredo Wagner, EEB Passo da Limeira/Alfredo Wagner e EEB  Marilda Lênia Araújo/Rancho Queimado.

Nessa etapa dos cursos, de acordo com parceria cooperativa entre o SICOOB Crediaraucária e o SESCOOP-SC, os professores de escolas estaduais e municipais foram capacitados entendendo o cooperativismo como doutrina que coopera na construção coletiva das finanças, empreendedorismo pessoal, familiar e na sustentabilidade comunitária. Outro viés abordado considerou como a cooperação (em todos os setores) pode contribuir para que o desenvolvimento sustentável, seja ele financeiro, social ou até de empreendedorismo possa, de alguma maneira construir algo saudável. Dar razão e compreensão na construção dos três pilares como uma forma digna de vivência entre os seres humanos, olhando o desenvolvimento financeiro e o desenvolvimento sustentável no sentido amplo.

UMA DOUTRINA DE VALORES E PRINCÍPIOS PARA TODA A VIDA.

A cooperação como já sabemos possui vários significados, cada autor o aborda de uma forma, mas podemos afirmar que a cooperação é uma ação consciente entre indivíduos associados em busca de resultados para uma sociedade organizada. Para tal finalidade essencial (educativa e doutrinal)  propôs-se:
-Compreender o princípio da educação, formação e informação, desde sua origem ao contexto histórico e atual, bem como as concepções de educação para a cooperação;
-Discernir o que é doutrina cooperativista, a diferença entre educação e capacitação cooperativa, bem como suas aplicações e influências no contexto da ordem econômica e social;
-Entender o papel do Serviço Nacional de Formação Profissional do Cooperativismo no campo da educação e formação profissional cooperativista.

Demonstrou-se aos educadores, através da evolução social e econômica das cooperativas catarinenses e brasileiras, que o cooperativismo se constitui em uma das alternativas e formas mais avançadas de organização da sociedade, bem como uma filosofia de vida que influencia positivamente as relações pessoais, familiares, sociais, econômicas e sustentáveis.  Participar de uma organização que se baseia em valores e princípios morais e éticos e proporcionam oportunidades de estruturação de investimentos e geração de renda é fundamental para a construção coletiva das finanças pessoais e familiares, bem como da sustentabilidade socioeconômica.

Programa Jovens Cooperativistas Catarinenses nas Escolas

No contexto educativo do cooperativismo, conceituado como um movimento social e econômico, realizado entre indivíduos, que se baseia em uma visão colaborativa, o objetivo do programa é de fomentar alternativas e estratégias de fortalecimento do cooperativismo, por meio da preparação de indivíduos conscientes do seu papel para o desenvolvimento sustentável das cooperativas e das comunidades onde atuam.  As atividades realizadas são ministradas por instrutores capacitados para este fim de forma criativa e participativa. Este programa atende jovens, sócios e filhos de sócios que possuem interesse em continuar desempenhando as atividades no meio rural e nas cidades, desenvolvendo um papel de liderança em sua propriedade e na comunidade.

PROJETO DE VIDA NA ESCOLA: UMA LEITURA DESSA COMPETÊNCIA NO VIÉS DO COOPERATIVISMO?

Sabemos que a escola não é um lugar para transmitir às crianças apenas o conhecimento formal, nas áreas de exatas, humanas e biológicas. Porém, a educação, como um todo, vai muito além disso: as instituições de ensino têm como papel a formação de indivíduos e de cidadãos para o mundo. Diante dessa responsabilidade, discute-se um tema muito importante: a abordagem e construção de um projeto de vida na escola. O projeto de vida na escola é uma das competências (foco final) da Base Nacional Comum Curricular, BNCC, logo, é fundamental que as instituições (escolas, cooperativas etc.) saibam como trabalhar esse tema entre e com os educandos.  Assim, os educadores que participaram dos cursos foram instigados a perguntar aos alunos:

-Quais seus objetivos para esse ano (em diversas áreas da vida: pessoal, familiar, formação, profissão etc.)?
-De que modo pretende alcançar seus objetivos?
-O que espera dos professores e da escola no sentido de apoias o seu projeto?
-O que cada disciplina abordada na escola está ajudando ou pode ajudar no seu desenvolvimento?
-Qual tem sido o papel da sua família nesse sentido?

Também aos próprios professores uma pergunta foi feita: Quem acredita nessa base e está disposto a aplica-la na orientação do projeto de vida dos estudantes (filhos e filhas da educação)?

Cabe aos pais, familiares e à sociedade encaminhar o projeto de vida dos seus filhos e filhas, num tempo em que as ofertas são múltiplas, porém, as certezas são poucas e as desorientações imensas.

Pais e educadores constantemente observam que há a necessidade de mais informações e propostas de encaminhamento profissional e vocacional dos jovens. Essa preocupação fez parte desses cursos.

 

Galeria de fotos do evento

Palestra: “MULHER E FAMÍLIA, O CORAÇÃO DA COOPERAÇÃO E A ALMA DA COOPERATIVA”.

Carlinhos (E) comunicador e Lauri (Vice Presidente).

A Palestra “MULHER E FAMÍLIA, O CORAÇÃO DA COOPERAÇÃO E A ALMA DA COOPERATIVA” foi realizada pela Cooper A1, em Palmitos-SC. O professor, palestrante e instrutor do cooperativismo, especialista em doutrina e educação, abordou o conteúdo de através de reflexões e musicalização de temas cooperativistas voltados às mulheres.

O objetivo foi chamar as mulheres pertencentes ao Núcleo Feminino à retomada das suas atividades na sua cooperativa. A família, com célula componente do corpo cooperativo teve uma abordagem relacionada a sua missão na cooperação nos dias atuais.

 

 

“Em tempos de mudança e a segurança da cooperação, mulheres se transformam em seres notáveis na alegria de viver num caminho cooperativo, na evolução consciente da força da cooperação dos lares aos projetos e na força da inteligência cooperativa na busca da felicidade na propriedade”(Ainor Francisco Lotério, engenheiro agrônomo e palestrante).

O trabalho é realizado pela Cooper A1 dentro da abordagem do Programa Mulheres Cooperativistas, uma iniciativa que tem a finalidade de promover a sustentabilidade das cooperativas e do cooperativismo, através da educação e doutrina cooperativista. Esse programa, apoiado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Santa Catarina (SESCOOP/SC), busca o aprimoramento de atitudes, habilidades e competências necessárias à melhor atuação das mulheres no quadro social das cooperativas.

Além do mais, o surgimento do cooperativismo passou pelo coração da mulher, conforme se pode ler na história de surgimento do cooperativismo no mundo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Sentimos que o mundo está passando por tempos difíceis de isolamento e conflitos e que, para atravessar esse deserto é fundamental compartilhar esperanças por um itinerário que evoque a inteligência coletiva. O fato gerador dessa preocupação é a síndrome da gaiola, ou seja, o tempo vivido em isolamento social, causando nas pessoas a lentidão e até imobilismo do corpo social. E como o cooperativismo é um movimento de pessoas associadas, das mesmas requer participação efetiva. Esse novo momento, pós síndrome da gaiola, não será totalmente voluntário, mas também provocado pela necessidade da Cooperativa de estar com os pés no caminho do fortalecimento das atividades que gerem mais resultados (sobras) para seus associados que, no caso, é uma cooperativa que atua no setor agropecuário”, afirma Ainor com a convicção de muitos anos trabalhando com extensionista rural e envolvido em sociedades cooperativistas. 

 

Essa movimentação e chamamento à participação faz parte da natureza do cooperativismo, que em seu conceito diz ser um “movimento internacional que busca constituir uma sociedade justa, livre e fraterna, em bases democráticas, através de empreendimentos que atendam às necessidades reais dos cooperados e remunerem adequadamente a cada um deles”.

O princípios norteadores de tudo isso são: adesão voluntária e livre, gestão democrática pelos associados, participação econômica dos associados, autonomia e independência, educação, formação e informação, intercooperação e compromisso com a comunidade, os quais podem ser vistos mais detalhadamente nesses dois posts:
1-Como fortalecer os princípios e valores do cooperativismo entre os colaboradores 
2-Cooperativismo: na base dos seus Princípios estão os seus Valores

Finalmente, na parte de enceramento do encontro, antes do saboroso café cooperativo entre as mulheres, elas foram estimuladas a definir e atingir objetivos pessoais, familiares e sociais, superar crenças e bloqueios que impedem o bem viver, lidar com a insegurança e ansiedade próprias desse tempo e a manterem a coragem para enfrentar suas crises.

O como agir fica por conta dos seguintes pontos: Educação cooperativista constante, participação na comunidade, atuação no mercado de trabalho, busca da formação profissional, fortalecimento das famílias (“cooperativa doméstica”) e o ato maiúsculo de cooperar sempre.

Café cooperativo de mulher para mulher.

 

“Mulheres, que vocês sejam muito felizes na  jornada amorosa da família e da cooperativa!”, conclui o engenheiro agrônomo Ainor Francisco Lotério.

 

 Comunicador Carlinhos (E) e Lauri (vice Presidente da Cooper A1)

Curso de Educação Cooperativista para Mulheres

As mulheres associadas da Cooperativa Juriti participaram do curso Doutrina e Educação Cooperativista. Esse módulo está inserindo no Programa Mulheres Cooperativistas, promovido pelo SESCOOP/SC em parceria com as cooperativas do estado. Assim, o evento com a Juriti aconteceu no auditório da cooperativa e contou com a experiência e conhecimento do Professor Ainor Lotério.

O curso de educação cooperativista para mulheres, tem como objetivo disseminar a cultura do cooperativismo e fortalecer a participação das mulheres dentro da cooperativa e na comunidade. Nesse sentido, o Palestrante Ainor levou uma abordagem cheia de dinâmicas que ajudaram para a construção do conhecimento. Explanando sobre a essência, origem e história do cooperativismo, Lotério levou um conteúdo rico, potencializando a cooperação para a vida de cada associada.

Conheça mais Temas de Cursos e Palestras sobre Cooperativismo

Dessa forma, inspirado pelo espírito de cooperação, nesse módulo o Palestrante fala sobre os 7 princípios do cooperativismo. Bem como, sua importância para o desenvolvimento da sociedade. Em vista disso, ele afirmou que o cooperativismo é uma filosofia de vida que se constrói por meio de atitudes práticas. A essas atitudes ele dá o nome de cooperação. Assim, agindo em cooperação com os que estão ao nosso redor, formamos a cooperativa.

Assim, em seus cursos sempre há uma dinâmica de interação que envolve a todos. Por isso, o diferencial do seu trabalho está na metodologia, conhecimento e capacidade de adequação de seus conteúdos.

Mais informações: Leila Estrowispi (47) 3379 4300 | (47) 99936-2133.
Seiva DG (47) 3365 0264 | WhatsApp (47) 99976 4211.

Entenda mais sobre o Cooperativismo e sua Essência

Por Ainor Francisco Lotério

Entender sobre cooperativismo vai além de simplesmente obter conhecimento teórico. É necessário sensibilidade para a aplicação de sua essência, de seus princípios e valores, direitos e deveres, na prática social, econômica e sustentável.

Há os que entendem e guardam para si sem partilhar com os outros. Isto forma uma sociedade egoísta com pouca ou nenhuma inteligência cooperativa. O verdadeiro cooperativismo está diretamente ligado à solidariedade.

Quem vive de fato a essência cooperativista, primeiro cumpre seus deveres e depois exige seus direitos, pois sabe que essa essência é sinônima de reciprocidade.

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Palestras e Cursos de sucesso no Cooperativismo
Cooperativismo: na base dos seus princípios estão os seus valores

Liderança Cooperativista com Inteligência e Visão de Comunidade

Em nossas inúmeras experiências tanto no campo teórico quanto da prática, vemos muitos líderes se dizem bons dirigentes, porém, acreditam que apenas os resultados econômicos sejam importantes e suficientes para seus associados. Esquecem-se do fato que a cooperativa deve se fundamentar nos interesses pela comunidade acima de tudo. Isso deixa claro que estes “bons dirigentes” ainda têm muito que aprender sobre o que realmente é o cooperativismo. 

Para dirigir cooperativas com excelência é necessário conhecer a fundo sua doutrina, valores, princípios, direitos e deveres. É muito importante também a compreensão da instituição cooperativa, que, independente do ramo, vai muito além dos resultados econômicos.

O grande foco do cooperativismo são as pessoas, os negócios que realizam, a economia que praticam e o engrandecimento do país onde vivem. Quem tiver esta visão, aí sim poderá se considerar um cooperativista.  E assim, será capaz de conhecer  e praticar seus valores e princípios (adesão livre e voluntária, gestão democrática, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação-formação-informação, cooperação entre cooperativas e interesse pela comunidade de atuação que hoje é cada vez mais global). 
Para conhecermos mais sobre os fundamentos do cooperativismo, confira: História do Cooperativismo e seus Princípios

Em resumo, o que se aprende dos princípios básicos para uma cooperativa socialmente justa, economicamente forte e sustentável, é que aceite o contrato social e seja solidária a todos, do início ao fim. Esse é o ponto de equilíbrio para desenvolvimento da sociedade e da comunidade.

Uma Cooperativa deve Orgulhar sua Comunidade

Ela deve orgulhar desde a comunidade da região de atuação, até a comunidade dos seus associados.

Para muitos parece obvia a afirmação de que um cooperativista pratique os pilares da cooperação na sua ação dirigente. Mas ainda, há dirigentes e colaboradores que atuam de forma egoísta, distanciando-se da essência do cooperativismo.  Felizmente, a maioria dos dirigentes, conselheiros, sócios e colaboradores internalizam os valores, princípios, direitos e deveres, enfim, a essência da doutrina como um todo e são exemplos espalhados por todo o Brasil.  Isso alegra nosso coração e torna os associados e a comunidade em geral mais felizes e orgulhosos da sua cooperativa.

Uma cooperativa que pratica os valores de acordo com a essência (ajuda mutua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade), tem respeito e seu lugar garantidos no coração da população.

Os verdadeiros cooperativistas seguem a tradição dos seu fundadores e acreditam nos valores éticos da honestidade, transparência, responsabilidade social e preservação do meio ambiente para o desenvolvimento sustentável.  Se houver contradição a essas tradições e valores, não há como ser cooperativista. Veja que texto bonito este da Organização das Cooperativas de Goiás: Cooperativismo, conceitos e doutrina

Confira no vídeo abaixo minha explicação sobre a tríade do Cooperativismo: Atitude voluntária, filosofia de vida e Sociedade de pessoas em vista de um bem comum. ?

O Cooperativismo e seus Ramos do Campo à Cidade

No Brasil, o cooperativismo teve origem no campo, onde surgiram os primeiros exemplos com as cooperativas agropecuárias e, estendeu-se para as grandes cidades. Hoje, vemos que as organizações cooperativas atuam em diversos setores da economia.

Para facilitar a organização de acordo com a atuação, representação e interesse de setores da sociedade da economia, as cooperativas foram divididas em treze ramos:

– Agropecuário (produtores rurais);
– Consumo (mercado e armazéns);
– Crédito (soluções financeiras);
– Educacional (escolas de educadores, pais e alunos);
– Especiais (portadores de necessidades especiais);
– Infraestrutura (energia, telefonia e outros);
– Habitacionais (construção e administração de habitações);
– Produção (artesãos, metalúrgicos e outros);
– Mineral ( extração e lavração);
– Trabalho (organização de mão de obra e prestação de serviço);
– Saúde (humana);
– Turismo e lazer (entretenimento, viagens e eventos);
– Transporte (cargas e passageiros).

Para mais informações acesse: Ramos do Cooperativismo

Quando se trata de cooperativismo, há sempre muito que aprender e evoluir. É importante sempre fortalecer e levar mais conhecimento sobre essa doutrina para as próprias cooperativas. Com isso evitamos que, as lideranças, associados e colaboradores deixem de se importar e passem a colocar em pratica toda essa essência.

O cooperativismo necessita de constante lembrança e prática de seus valores, princípios, direitos e deveres, além de seguir a legislação atual. Com isso, garante sua sustentação e fortalecimento no mundo atual.

Quem é associado que seja cada vez mais cooperativista. A quem ainda não é fica o nosso convite: associe-se a uma cooperativa ou chame um grupo de amigos (interessados em contribuir para o desenvolvimento sustentável da comunidade) e funde uma. Por quê não?

Cooperativismo: na base dos seus Princípios estão os seus Valores

Por Ainor Francisco Lotério

Por que os princípios cooperativistas são fundamentais?

Esquecer-se dos valores ou não levar em conta na governança cooperativa é correr o risco de se estar fazendo uma gestão temerária, uma vez que o próprio Direito Cooperativo respeita a doutrina cooperativa e seus princípios e valores internacionais.  Afirmamos sem medo de errar pelo fato de o Cooperativismo ser o único movimento socioeconômico do planeta que se desenvolve sob uma mesma orientação doutrinária, desde o seu surgimento na primeira metade do Século XIX (1844), em Rochdale, na Inglaterra.

Quando você imagina uma casa logo pensa no seu fundamento, pois se as estacas forem fracas ou as colunas pouco robustas a obra poderá ruir após estar pronta.

Assim também é uma Cooperativa, quando ela cresce muito aparentemente, porém os fundamentos doutrinários são fracos. Por mais que ela se preocupe em gerar resultados financeiros, se não se preocupar com educação, formação e informação, passando da adesão livre, seu primeiro princípio, o interesse pela comunidade, seu sétimo princípio, um dia ela cairá.

Em minhas longas andanças (confira minha carreira em fotos) constatei que toda instituição que não vive de fato sua missão, fundamentada em princípios e valores, um dia sucumbe na sociedade ou no mercado. Por isso, é importante que no compromisso com sua missão não deixem de manifestar a sua essência, aquilo que lhe dá identidade e autoridade.

Veja também
 O que é uma Cooperativa?
 II Encontro de Direito Cooperativo do Sistema OCEB

São os valores imutáveis do Cooperativismo que fundamentam os Princípios e sustentam qualquer cooperativa.

Segundo a Filosofia, valores é o conjunto de características de uma pessoa ou organização, que determinam a forma como a pessoa ou organização se comportam e interagem com outros indivíduos e com o meio ambiente.

Todavia, há um meio mais fácil e até musicado para se definir valores, como nos diz o saudoso cantor e instrumentista brasileiro de música nativista Cenair Maicá: “O que são valores, senhores, será o ouro, o seu tesouro, afinal? Não será que o ser humano sem engano é muito mais que o vil metal”. 

Assim como na família, o que se mantém qualquer instituição em pé são suas estacas e colunas, a construção bem fundamentada em solo firme. Mesmo quando houver um vendaval que arranque o telhado e as paredes, a estrutura não se abada. Isso é o que ocorre com cooperativas que sucumbem às crises enquanto outras, mesmo com dificuldades, seguem firmes. Naquele caso, os sócios não são envolvidos e educados nos valores e não praticam os princípios, relacionando-se apenas como um negócio e não como uma sociedade que trabalha o social, o econômico e o ambiental para o bem de todos, sem abrir mão da eficácia na produção de resultados positivos para todos os envolvidos (sócios e familiares, colaboradores e fornecedores, etc.).

Quando as condições do mercado, ambientais e de mercado mudam, os princípios – diversamente dos valores – são passíveis de revisão (atualização) na linha de tempo, o que, por sinal, já aconteceu algumas vezes no âmbito da Aliança Cooperativa Internacional (ACI). No entanto, os valores nunca mudam em função de crises, mas o são usados para justamente vencer as crises, não importando a sua natureza, tal como ocorre numa família, entidade ou nação.

O certo é que, antes dos princípios cooperativistas vem a primeira camada do alicerce, as raízes mais profundas, aquelas que extraem água e nutrientes mesmo em tempos de crises (hídricas, aqui entendidas como econômicas e sociais) que são seus valores, quais sejam:

  • Solidariedade (a comunidade é um bem comum e não um lugar para eu apenas explorar, e isso é responsabilidade de todos, o conjunto dos membros associados a um projeto comum);
  • Liberdade (não apenas a condição de ir e vir, de entrar e sair da cooperativa, mas a capacidade de dizer não ou sim e assumir essas escolhas até o fim, pois ser livre é uma tarefa difícil, quando podemos estar sendo levados para rumos que conscientemente não iríamos);
  • Democracia (não é apenas a possibilidade de se manifestar, votar e ser votado, mas o entendimento de que uma decisão majoritária é para ser cumprida por todos, sem discriminação e independentemente de se gostar ou não);
    Dinâmica na palestra “O Cooperativismo e seu poder de transformação na Sociedade”
  • Equidade (procedimento justo de acordo com a condição de cada um, tendo como base todos os outros valores);
  • Igualdade (que impede a segregação por qualquer condição diversa – econômica, de raça ou cor, de gênero, enfim, que o coloque em pé de igualdade dentro da mesma sociedade e comunidade);
  • Responsabilidade (um cooperativista observa primeiro os deveres para depois lembrar dos direitos, uma vez que ele, em igual proporção aos demais associados, é o dono da cooperativa, nunca se dirigindo a ela para explorá-la);
  • Honestidade (não mentir, não fraudar e não enganar, uma retidão que deve ser encarada como normal e não uma característica rara, pois quem é puro e honesto não se suja por nada);
  • Transparência (diz respeito à Cooperativa em si, onde cada sócio possa olhar de qualquer ângulo e ver tudo o que acontece, monde não haja segredo de contas, de negócios e muito menos de intenções maldosas);
  • Consciência socioambiental (não é possível que uma Cooperativa mantenha negócios e atividades que degradem o meio ambiente e os recursos naturais e, ao mesmo tempo, expresse que pensa nas futuras gerações e no desenvolvimento da comunidade). A palavra-chave aqui é SUSTENTABILIDADE, ou seja, o fazer de um modo que dure para sempre. E isso passa pelo econômico, o social e meio ambiente, lugar de assento da estrutura cooperativa.

São os valores acima mencionados que dão a estrutura de funcionamento diferenciado das Empresas Mercantis, que não são Empresas Comuns, a saber: Adesão Livre (aceitar o estatuto), Gestão Democrática pelos Sócios, Participação Econômica dos Membros (investir e usufruir), Autonomia e Independência (criar e recria, planejar e gerir), Educação (formação e informação), intercooperação (cooperação entre cooperativas) e Interesse pela Comunidade (sem o qual não se viabiliza). Veja mais detalhes no Portal da OCB-Organização das Cooperativas do Brasil.

O papel da Cooperativa no Fortalecimento da Comunidade

O cooperativismo e seu viés social, econômico e sustentável.

Por Ainor Francisco Lotério

O Cooperativismo precisa envolver a pessoa do associado, sua família e a comunidade a qual pertence, para cumprir com o que está preconizado nos Princípios Cooperativistas, que vão da adesão livre de cada sócio. Portanto, essa ideologia depende de um ato de vontade e responsabilidade própria, indo até o efetivo interesse pelas coisas da comunidade, antes do interesse egoísta pessoal.

Dinâmica Cooperativa – Palestra realizada em Tianguá, CE, para colaboradores e produtores de acerola da Nutrilite Brasil.

Eis uma questão fundamental para o pensar, o julgar e o agir cooperativo fortalecedor da vida e do empreendedorismo comunitário: só podemos fortalecer a nossa família quando servimos a ela com amor. Da mesma forma, só fortalecemos a cooperativa a qual pertencemos quando envolvemos a comunidade onde a mesma está e atua.

Leia +
Reflexões sobre Sociedades Sustentáveis por meio da Cooperação
Cooperativismo com Espírito Familiar: Fortalecendo Gerações

Organizamos para você algumas sugestões de como uma Cooperativa deve agir para cumprir seu papel na Comunidade:

  1. Ser agente de desenvolvimento local, com racionalidade empresarial e desvinculada das ações assistencialistas;
  2. Ações horizontais de coesão social de construção de uma base sólida de sustentação do desenvolvimento (associados que sabem que são donos, pois não é a cooperativa que têm associados, mas os associados que têm a cooperativa);
  3. Promover a articulação dos atores locais (famílias, lideranças, outras cooperativas, enfim, conversar com todos, pois os nossos resultados são os mais sociais que há);
  4. Cooperativas precisam contribuir efetivamente para melhorar a economia e o equilíbrio social nos municípios (aumento de renda e resgate da cidadania);
  5. Nas cidades que possuem cooperativas, o IDH é superior ao da média dos demais municípios (longevidade, educação e renda, os três indicadores que formam o Índice);
  6. O processo de ajuste ameaça criar efeitos cruéis nas formas de produção tradicionais operadas por pequenos e médios agricultores, fazendo com que a cooperativa se torne cada vez mais o elo necessário para a corrente da superação de crises;
  7. A Cooperativa precisa se manter articulada junto de outros agentes econômicos, atenta às mudanças mercadológicas, tecnológicas, ambientais, jurídicas, ou seja, todas aquelas que possam interferir na sua atuação;
  8. Não são essencialmente Instituições Cooperativas aquelas “cooperativas” que, “com pele cooperativista”, agem como empresa privada só para escapar dos impostos;
  9. O rápido crescimento de outras cooperativas na região também comprova que o cooperativismo ainda poderá contribuir muito para o desenvolvimento da mesma;
  10. Cada vez mais o Cooperativismo pode contribuir com a transformação positiva da comunidade, especialmente pelos seus diversos ramos que abarcam todas as necessidades da sociedade, quais sejam: consumo, sociais, trabalho, educacionais, transporte, agropecuárias, saúde, crédito, habitacionais, produção, infraestrutura, mineral, turismo e lazer.

Veja também > Palestra na 1ª FENACAMPI – O Cooperativismo e seu Poder de Transformação na Comunidade

Confira abaixo mais algumas reflexões sobre o papel da Cooperativa e do Cooperativismo como doutrina:

– O cooperativismo não visa apenas o acúmulo de riquezas, mas é uma organização de pessoas capaz de mudar comportamentos e melhorar o desenvolvimento do município e região.

– Sucessão para renovar as forças produtivas das propriedades leiteiras: Integrar a família no processo de trabalho, tornar os filhos e filhas aprendizes de novas técnicas, mostrar resultados positivos no fazer contas juntos, para ter mais controle da atividade leiteira e do andamento da sua cooperativa.

– Cada cooperativa precisa ser encarada como uma inteligência que vem de casa.

– Pais e filhos precisam e devem tornar a vida uma obra inteligente da cooperação.

– Está na hora de voltarmos a falar em cooperativismo, pois há muitos sócios no meio do quadro social que só pensam em preço e vantagem pra si e se esquecem de que cooperativismo enseja solidariedade com todos os associados.

– Cooperativismo é para gerar justo fortalecimento e transformação positiva da comunidade, especialmente em momentos difíceis.

– Sentados ao redor da mesa após o trabalho ou em dia de festa, devemos entender que Família e Cooperativa são Escolas de Valorização e Promoção Humana.

Como se pode ver, quando falamos em cooperativismo sempre há algo para se fazer em benefício de todos e da comunidade. Faz-se necessário que percebamos isso e nos engajemos nesse movimento internacional de desenvolvimento do local.

PARABÉNS COOPERATIVISTAS! REFLEXÕES SOBRE “SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS POR MEIO DA COOPERAÇÃO”

Por Ainor Francisco Lotério

No dia 7 de julho de 2018, cooperados de todo o mundo celebrarão o Dia Internacional do Cooperativismo com um tema que está diretamente relacionado a todos os habitantes da terra.

Aliar desenvolvimento com sustentabilidade, fortalecido por princípios e valores só pode levar as comunidades ao progresso, o que sempre foi um primado do cooperativismo de resultado.

Para melhor entendimento da relação que faremos entre Sustentabilidade e Cooperativismo, destacamos o objetivo numero doze (12) da ONU para o mundo, qual seja: “Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis”. (Confira a íntegra dos ODS acordados)

Podemos aceitar como sendo Sociedades Sustentáveis todas aquelas que utilizam racionalmente os recursos ambientais, promovem os sociais e racionalizam os econômicos, de modo a conduzir o crescimento equilibrado e harmônico da sociedade (e não apenas do mercado). Por sua própria natureza e prática de gestão, as cooperativas atuais cada vez mais desempenham esse papel, ou seja, criam oportunidades e promovem a renda dos associados (fortalecendo o local), atendem ao social (fortalecendo seus laços e gerando riqueza para todos), além de serem controladas pela própria sociedade e suas comunidades locais. Isso tem peso fundamental na formação de lideranças em todos os setores que atual.

Leia + ?‍??‍?  Cooperativismo com Espírito Familiar: Fortalecendo Gerações

Olhando para dentro das entidades cooperativas e compreendendo o cenário de atuação de cada uma delas e seus associados, abaixo trazemos sete (7) considerações reflexivas sobre alguns pontos do referido Objetivo:

  1. “Alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais”: imaginemos isso no sentido de controlar o desmatamento, despoluir e preservar os rios, recuperar as matas ciliares, adotar práticas conservacionistas tão abandonadas, etc. O que cada cooperativa e produtor estão dispostos a fazer nessa questão, uma vez que tais práticas sempre foram vistas como caras e sem retorno no passado? A resposta pode passar por esse pensamento: toda atividade que agrida o meio ambiente também agride a sociedade, uma vez que é nossa casa comum de moradia e de onde se tira o sustento para toda a humanidade. O cooperativismo tem condições, através da capacitação e conscientização do quadro associado e seus familiares.
  1. “Reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial”: A FAO aponta que cerca de 33% de tudo o que é produzido anualmente no mundo é perdido nos seguintes percentuais: 54% na fase de cultivo, colheita, manipulação, pós-colheita e armazenamento; 46% restantes são perdidos nas etapas de processamento, distribuição e consumo. Aí estão implícitas tarefas importantes não apenas para o campo, quanto para as cidades. As cooperativas de todos os ramos estão espalhadas no campo e na cidade e estão preocupadas com isso.
  1. “Alcançar o manejo ambientalmente saudável dos produtos químicos e todos os resíduos”: lamentavelmente, o Brasil é campeão mundial de uso de agrotóxicos. Aqui ainda usamos agrotóxicos que foram proibidos em 1985 na União Europeia (UE), Estados Unidos e Canadá. As cooperativas, através de suas equipes técnicas de campo e da conscientização de seus associados, veem desenvolvendo um trabalho de orientação sobre manejo de pragas e de cultivos, de modo a reduzir custos e evitar agressões ao meio ambiente. Agem também na conscientização e formação dos associados, especialmente agricultores, para que os mesmos não adquiram qualquer no mercado, mas o façam através do crivo da equipe técnica da cooperativa. Desse modo se utiliza apenas o necessário, além de baixar os custos de produção.
  1. “Garantir que as pessoas, em todos os lugares, tenham informação relevante e conscientização para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza”: essa é uma tarefa hercúlea, para não dizer monstruosa num mundo em que as informações nos chegam todas com sentido de prioritárias. 
    Assim, o cooperativismo por agir dentro de princípios e valores, indo da adesão livre ao interesse pela comunidade, não se furta em informar e conscientizar a comunidade sobre a importância e eficácia de todos adotarem 
    um estilo saudável de vida.
  1. “Gerar empregos, promover a cultura e os produtos locais”: num cenário de grande desemprego, principalmente entre os jovens (os quais figuram com índices superiores a 20% na maioria das pesquisas) é uma tarefa fundamental para a sustentabilidade econômica das famílias. Todavia vale ressaltar que as cooperativas não se interessam apenas em promover a empregabilidade, mas, antes de tudo, favorecer o empreendedorismo e a geração de renda para todos os associados e seus familiares. Sabem seus dirigentes que assim estarão promovendo o desenvolvimento do local onde seus associados vivem e trabalham. O próprio cooperativismo tem nos seus princípios a “informação, formação e educação”, o “interesse pela comunidade”, uma vez que “as cooperativas são organizações voluntárias abertas a todas as pessoas aptas a usar seus serviços e dispostas a aceitar as responsabilidades de sócios, sem discriminação social, racial, política ou religiosa e de gênero”. Vale ressaltar que a própria cooperação já é uma cultura e uma filosofia de vida que sempre se antecipou na busca daquilo que é melhor para a sociedade
  1. “Racionalizar (e não subsidiar) o uso de combustíveis fósseis, evitando o consumo exagerado”: nesse ponto temos a polêmica dos combustíveis em nosso país, o que faz com que as cooperativas também busquem e cooperem com as políticas públicas, no sentido da formatação de uma matriz energética mais equilibrada para o Brasil. Isso se dá através da produção de biodiesel (biomassa), energia solar e energia eólica.

  1. NÃO SE FAZ COOPERATIVISMO SEM PRINCÍPIOS E VALORES. Quando se trata de comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo sempre temos muito a dizer, especialmente por sua influência decisiva e positiva nas questões ligadas ao desenvolvimento humano, econômico e social. As cooperativas são, por essência, sociedades de pessoas que se sustentam pela justa cooperação. Desde a “Sociedade dos Probos de Rochdale” (Rochdale Quitable Pioneers Society Limited), conhecida como a Primeira Cooperativa Moderna do Mundo, os princípios cooperativistas e seus valores regem a conduta dos associados às cooperativas.  São princípios morais e de conduta que são considerados, até hoje, a base do cooperativismo autêntico. A Cooperação só acontece quando agimos dentro dos sete princípios e dos valores do cooperativismo: que são: Adesão voluntária e livre; Gestão democrática; Participação econômica dos membros; Autonomia e independência; Educação, formação e informação; Intercooperação e Interesse pela comunidade.

Não se faz cooperação “inventando moda” ou fugindo desses pilares. É como diz a música de Cenair Maicá “o que são valores, senhores. São o ouro, teu tesouro, afinal”, a qual você poderá ouvir aqui: 

Um mundo bom não é um mundo bom apenas para mim, mas também par ti, para nós, e isso só acontece quanto cooperamos. 

Veja também um pouco de nosso trabalho dentro do cooperativismo > ? Palestra e temas sobre Cooperativismo 

Com metodologia diferenciada pelo domínio de conteúdo, linguagem adequada para cada público e comunicação assertiva, fazemos uso do seu violão cantando algumas músicas que envolvem a todos. Utilizamos de dinâmicas que reforçam o conteúdo apresentado e que torna o momento especial e para ser lembrado com positividade.

Confira nosso canal no Youtube, lá você pode assistir vários vídeos sobre Cooperativismo, Agricultura, Sipat, Motivação, Família, Gestão Pública, Educação e muito mais > ? Canal Ainor Francisco Lotério

COOPERATIVISMO COM ESPÍRITO FAMILIAR: FORTALECENDO GERAÇÕES

Ainor Francisco Lotério

Qual a relação do Cooperativismo com a Agricultura Familiar? As grandes transformações na vida do campo enfraqueceram a Agricultura Familiar? 

Aração com tração animal.

Família e cooperativismo caminham juntos desde o início. Lembro-me dos tempos de criança, quando meu pai saia pelos campos convidando os agricultores para fundar uma cooperativa. Éramos uma família numerosa em casa, onze filhos e nossos pais, como era frequente na Região do Alto Vale do Itajaí, SC. Era comum famílias com muitos filhos para “trabalhar na roça”. Com cinco anos eu já conduzia cavalos e bois, os quais tracionavam implementos agrícola de preparo e cultivo do solo, transporte de insumos e produção agrícola (confira os  vídeos: ? aração com tração animal carpideira com tração animal).

Pois bem, meus caros leitores, foi naquele tempo que muitas cooperativas surgiram. As comunidades eram mais fortes e unidas, uma vez que todos dependiam do trabalho no campo e inclusive plantavam as lavouras trocando dias de serviço (um ajudava o outro no momento do plantio, capina e colheita) ou faziam um mutirão (para ajudar um agricultor em dificuldade). Veja + ??‍? Mutirão onde os agricultores trabalhavam cantando.

A família, assim como a cooperativa, não são entidades para se realizar festinhas ou existentes para beneficiar um determinado membro ou poucos dos seus componentes. Tanto uma quanto a outra só funcionam bem quando há intensa participação de todos, além de plena justiça e igualdade de condições em tudo o que é feito.

Uma família e uma cooperativa não se regulam apenas pelas leis do mercado, mas pelas relações humanas que fortalecem uma sociedade, pois a sociedade de pessoas é maior do que o mercado, que pode ser excludente nalgumas situações. Isso não quer dizer que a cooperativa seja uma entidade assistencialista, pois a mesma tem obrigações diretas apenas para com os seus associados que cumprirem seus compromissos estatutários. Senão vejamos em sua definição que diz: “a cooperativa é uma organização de pessoas unidas pela cooperação e ajuda mútua, com objetivos econômicos e sociais”. Veja esse vídeo de uma palestra que proferimos sobre Cooperativismo e Família para uma grande plateia: 

Tecnicamente, a Cooperativa é uma organização constituída por membros de determinado grupo econômico ou social que objetiva desempenhar, em benefício comum, determinada atividade (produção de bens e serviços). As premissas do cooperativismo são: identidade de propósitos e interesses; ação conjunta, voluntária e objetiva para coordenação de contribuição e serviços; obtenção de resultado útil e comum a todos. O certo é que cooperar precisa também ser um bom negócio, além de aprimorar os laços sociais e comunitários.  Você pode conferir no link do vídeo a seguir falamos de modo bem autêntico  sobre o Cooperativismo, a Cooperativa e seus Ramos.

Uma cooperativa não existe para beneficiar um determinado grupinho de pessoas, mas para beneficiar a comunidade de associados sem distinção, pois a mesma é uma sociedade de pessoas com os mesmos direitos e deveres.  Logo entendemos que essas pessoas têm suas origens numa célula social intitulada família, a qual tem uma função e responsabilidade com a comunidade onde está situada.

A família é um agrupamento humano formado por indivíduos com ancestrais em comum, ou ligados por laços afetivos e que, geralmente, vivem numa mesma casa. A família representa um grupo social primário que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições, além de se constituir numa unidade básica da sociedade, portanto formadora de comunidades. Uma família ajustada e harmônica é sinônima de felicidade para seus membros.

Leia + 
Trajetória Cooperativista do Professor Ainor 
Ainor Lotério e a Agricultura Familiar

Família, comunidade e cooperativismo têm intima relação. Os próprios princípios cooperativistas se iniciam pela adesão livre do individuo singular (vindo de uma família), indo ao interesse pela comunidade, o sétimo princípio. Isso nos leva a deduzir que o cooperativismo deve se iniciar no seio do lar e se fortalecer a partir daí.

É no seio das famílias que se inicia o compartilhamento de tarefas, a solidariedade, a livre adesão e o comprometimento com o outro. Nas decisões democráticas e amorosas, o interesse em aprender e ensinar e a vivência em comunidade toma corpo e se desenvolve. No caso das propriedades agrícolas menores, uma atividade eminentemente familiar, a atitude voluntária cooperativa é que faz a família se dar bem na atividade. Não basta trabalhar e produzir se os produtores não se unirem em cooperação.

Por outro lado, as cooperativas se fortalecem realizando eventos que congregam os associados, seus familiares, dirigentes e colaboradores.

O cooperativismo se fortalece no seio do lar quando se mostra acolhedor das famílias. E nos tempos atuais de famílias pouco numerosas, onde os pais procuram dar aos filhos tudo aquilo que não tiveram, os mesmo podem se tornar um tanto egoístas.

Com esse espírito familiar acolhedor em ação, a importância do cooperativismo passa a ser sentido a partir do seio do lar, de modo que possa incentivar aí o surgimento de novos sucessores para o agronegócio e também novos sócios.

O cooperativismo precisa ser encarado sob a tríade da filosofia, da atitude voluntária e da sociedade de pessoas. Ter disposição e boa vontade é importante para uma pessoa viver em sociedade, porém não é tudo. Necessário se faz que o indivíduo entenda o que venha a ser o cooperativismo na sua essência, de acordo com os princípios de probidade, lealdade e solidariedade, como surgido em Rochdale, na Inglaterra no início do século dezenove.

Quem vive o cooperativismo desde o seio de sua família tem mais facilidade de compreender e viver esse movimento social e econômico, que visa buscar resultados positivos aos seus associados. A filosofia de vida, a atitude voluntária e a organização da sociedade só faz fortalecer as famílias e promover o desenvolvimento das propriedades agrícolas, municípios e regiões.  Porém, para que isso aconteça, a família precisa ser participativa e entender a complexidade da entidade cooperativa, pois o dono é o próprio associado.

As novas gerações precisam ser iniciadas e educadas sobre a nobreza do verdadeiro cooperativismo, de maneira que entendam porque é que muitas cooperativas faliram, enquanto outras funcionam tão bem até nossos dias. Assim, convido você a assistir a uma palestra que proferimos durante um grande roteiro sobre Cooperativismo e Agricultura Familiar: fortalecendo gerações.

Não basta ter o rótulo de sócio se no fundo não se é cooperativista. Ser participativo é fundamental para que o sócio se faça dono da sua cooperativa. Isso se faz através do “adonamento” (do fazer-se dono não por esperteza e velhacaria, mas com seriedade) financeiro, profissional, afetivo, participativo, patrimonial, enfim, um dono comprometido com aquilo que é seu, a sua cooperativa.

Percebemos que está na hora de voltarmos a falar em cooperativismo às famílias associadas, colaboradores e dirigentes. Os problemas que hoje enfrentamos nas áreas de produção, transporte e comercialização precisam ser resolvidos conjuntamente e têm a ver com a formação dos cooperativistas.

Há também muitos sócios no meio do quadro social que só pensam em preço e vantagem pra si, e isso não revela espírito cooperativo, mas puro egoísmo. Quando nos unimos vencemos as crises, não quando  nos isolamos.

Uma cooperativa é uma entidade complexa, que inclusive muitos sócios não sabem como funciona, mas precisam se interessar o assunto, afinal, a empresa cooperativa é deles. Não é inteligente ter uma participação fraca durante o seu funcionamento, o que poderá acarretar numa pesada carca financeira se a mesma tiver complicações financeiras.

Cooperativismo não é um assistencialismo, mas uma atividade que busca atender às demandas dos associados Há por isso também a necessidade de se favorecer a participação da comunidade associada, através de  núcleos e comitês educativos.  O cooperativismo acontece quando elevamos nossa consciência pessoal e familiar, de acordo com o que expressamos no vídeo ao lado.

Finalmente, quando ele age com espírito familiar, ou seja, sempre procurando fortalecer cada um dos membros da família, todos se sentem coparticipes e tendem a cooperar de maneira ideal. Para tanto, há a necessidade de se investir constantemente em informação, formação e educação cooperativa.

?? COOPERATIVISMO: PERCEBENDO AS MUDANÇAS E BUSCANDO RESULTADOS POSITIVOS

Uma gestão eficaz está sempre sintonizada às mudanças do seu tempo, de modo a conduzir todo o corpo cooperativo à obtenção de resultados positivos. Para tanto, procura conduzir os liderados ao aprendizado fundamental, ao mesmo tempo em que procura alargar sua visão.

Veja também
História Cooperativista do Autor
Temas de palestras sobre Cooperativismo

Visando uma reflexão sobre percepção de mudanças e construção de resultados cooperativos, abaixo anotamos alguns pontos para reflexão:

  1. O fenômeno da cooperação como ferramenta de aprendizagem e desenvolvimento da sociedade.

O desenvolvimento da doutrina cooperativista, seus princípios e suas contradições refletem o grande desafio do cooperativismo que é conciliar os objetivos sociais e econômicos de seus sócios dentro de uma empresa, da qual seus sócios são donos e usuários. Não faz sentido que a cooperativa seja próspera e seus associados não usufruam dos benefícios dessa prosperidade.  O responsável por essa função em cooperativas deve buscar o equilíbrio entre a saúde financeira da instituição e a necessidade de transferir os benefícios de sua atuação aos sócios. Para tanto, não existem fórmulas prontas.

  1. Mundo em transformação e educação cooperativista

A educação corporativa assume importância com a rápida e até certo ponto caótica globalização do mundo. Isso faz com que se mudem as perspectivas de carreira profissional e a maneira de gerir todos os negócios e propriedades, inclusive com reflexos na família.
Não podemos mais olhar as tarefas, que são exigidas de dirigentes colaboradores e associadas, sempre da mesma maneira. Fugir do tradicional é necessário se quisermos ter sucesso na tarefa de aconselhar, fiscalizar, treinar e desenvolver pessoas, de modo que se sintam bem e produzam resultados para as cooperativas.

  1. As cooperativas precisam dar espetáculo

As cooperativas de sucesso sabem que os associados estão cada vez mais exigentes. Compreendem que as situações que envolvem seus associados e clientes (também os familiares) de forma marcante, conectando-se a eles com estilo pessoal e memorável, oferecendo produtos e serviços de alta qualidade a preço competitivo. Também buscam identificar e realizar os sonhos dos associados e clientes, familiarizando-se com o imaginário deles.
Na era do espetáculo, o trabalho dos funcionários da cooperativa não pode deixar de ser considerado, pois consiste em representar um papel que visa encantar os associados e clientes e criar sensações memoráveis para eles. Em vez de “empregados contratados para um cargo” precisam começar a pensar em “um elenco cooperativo que desempenha papéis decisivos”.         

  1. Quatro razões que viabilizam empreendimentos cooperativos

Primeira razão: capacidade de competição no mercado que as cooperativas possuem, mesmo não sendo capitalistas, uma vez que dispõe de autonomia produtiva, princípio defendido pelo mercado e, simultaneamente, o rechaço pelas formas de economia centralizada, tanto do mercado como do próprio movimento cooperativista de produção.

Segunda razão: capacidade que as cooperativas possuem em responder eficientemente diante das regras de mercado; compromisso com a educação dos membros da cooperativa – para lhes facultar uma participação efetiva; a cooperação entre.

Terceira razão: está no fato de que cooperativas promovem a distribuição igualitária de bens e serviços, conduzindo a coletividade à redução de desigualdades sociais.

Quarta razão: cooperativas operam com base na autogestão, conclamando a todos à participação e à gestão democrática empresarial, o que determina a emancipação e a libertação dos indivíduos, reduzindo, em tese, as divisões sociais construídas em economias centralizadas.

  1. Sete princípios (ou linhas) que orientam o cooperativismo

Os sete princípios do cooperativismo são as linhas orientadoras por meio das quais as cooperativas levam os seus valores à prática. Foram aprovados e utilizados na época em que foi fundada a primeira cooperativa do mundo, na Inglaterra, em 1844. São eles:

1º – Adesão voluntária e livre – pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros.

2º – Gestão democrática – controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões.

3º – Participação econômica dos membros – os membros contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e são donos financeiros.

4º – Autonomia e independência – as cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros, os quais são representados pela liderança.  

5º – Educação, formação e informação – as cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros. Informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.

6º – Intercooperação – fortalecem o movimento cooperativo trabalhando em conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.

7º – Interesse pela comunidade – as cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros.

  1. Sobrevivência, competitividade e gestão profissional das cooperativas.

Para ajustar suas estruturas à realidade, as cooperativas estão migrando de um comportamento defensivo, característico dos anos 70 e 80, para uma atuação mais agressiva nos mercados finais, por força dos altos níveis de competitividade exigidos pelos novos mercados.

O amadorismo, a improvisação, a tendência ao paternalismo e ao empreguismo, as rivalidades internas e interferências políticas conduzem a acentuadas divergências administrativas, com prejuízos ao desempenho organizacional. A empresa cooperativista terá, portanto de modificar sua postura no mercado na busca de vantagens competitivas que garantam a sua sobrevivência futura.

A implementação de planos de desenvolvimento humano, profissional e empresarial tornam-se cada vez mais necessários.