O Encontro do MONC-Movimento Obra Nova Casais (Paróquia Divino Espírito Santo – Camboriú-SC) desenvolveu-se em torno do tema.
“Não podemos ser quaisquer pessoas, mas perseverantes pescadores de homens. Isso significa: entender que para seguir Jesus e participar do Reino Eterno, não podemos ser quaisquer pessoas, mas perseverantes pescadores de homens; embarcar na barca e atravessar à outra margem, deixando tudo o que nos impede (enquanto pessoa, casais, famílias e movimento) de seguir a Jesus e; entrar mar adentro e se arriscar na construção da felicidade eterna, desapegando-se unicamente da efêmera vida”, afirmou o preletor da noite Ainor Francisco Lotério. Portanto, convidamos a todos para embarcarem na barca do Nazareno, atravessando assim à outra margem, deixando tudo o que nos impede de seguir o caminho, a verdade e a vida. Frisamos as TRÊS GRANDES MARCOS DA VIDA ESPIRITUAL DO CRISTÃO: Adesão cordial e vital à verdade de Cristo, progresso na luz e da libertação das seduções do mal. Essas tríade indica o “Caminho, Verdade e Vida na direção do Reino Eterno” e O PAPEL DO MOVIMENTO OBRA NOVA CASAIS NA RETOMADA DA IGREJA SINODAL:
-Vivemos um tempo de lamúrias, angústias, dor e falta de entendimento do papel da fé e da missão pastoral de cada movimento? -A diversidade humana sob a ótica da Fratelli Tutti (todos Irmãos) e da Laudato Si (casa comum nossa responsabilidade). -Como “falar com sabedoria e educar com amor” em tempos de isolamento e desamor? (CF2022) “DE HOJE EM DIANTE SERÁS PESCADOR DE HOMENS!” é um profundo chamado à formação da Igreja Apostólica Católica, com foco na missão de levar a Boa Nova do Senhor. Esses textos sagrados são encontrados em Jo 21, 1-12, Lc 5, 1-11, Mt 4, 18-22 e Mc 1,16-20.
“Mais do que coragem, disposição e resiliência precisamos confiar no Rochedo que nos salva, pois nos trouxe à vida por amor e nos cumulou de dons, talentos e habilidades”, finaliza o pregador Ainor Francisco Lotério.
A Comunidade Católica Santa Isabel de Portugal, pertencente à Paróquia do Divino Espírito Santo de Camboriú-SC, promoveu um curso rápido ou minicurso abordando a ““MOTIVAÇÃO PARA A ACOLHIDA CRISTÔ.
Um quesito fundamental no acolhimento é a hospitalidade, pois a mesma exerce grande importância no posicionamento do cristão frente aos acontecimentos do mundo atual (globalizado, em conflito e provocador de êxodos e refugiados).
Quem segue o Caminho, a Verdade e a Vida, ou seja Jesus Cristo, tem diante de si a necessidade de se congregar em comunidade sinodal e acolher bem o outro.
Desde a Bíblia, as noções de exílio e de hospitalidade estão estreitamente imbricadas uma na outra”. O povo de Deus foi exilado. Daí vem o imperativo para que não esqueça de sua história e se disponha a acolher os estrangeiros (Dt 10,19).
O próprio Jesus Cristo deu exemplos de acolhida plena aos mais necessitados, os pobres, os doentes, os excluídos e os estrangeiros. E o estrangeiro é sempre um exilado de uma terra, de uma nação ou de uma cidade, enfim, da sua casa e até da sua família, precisando encontrar uma casa de irmãos.
Não se esqueçam da hospitalidade; foi praticando-a que, sem o saber, alguns acolheram anjos” (Hb 13,2); “Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades. Pratiquem a hospitalidade” (Rm 12, 1); “… fui estrangeiro, e vocês me acolheram” (Mt 25,35b); “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3,20).
E a partir do olhar de Deus, o povo se organiza em comunidades religiosas. As pessoas, numa comunidade, entendem a necessidade de buscar a Deus e falarem de forma harmoniosa a partir da voz dele. Nesse sentido, organizam espaços próprios de encontros, instituem um coordenador e estabelecem as reuniões. Celebrações religiosas passam a ser rotina, mas, sobretudo, nas solenidades de domingo e festas como prescreve a tradição do chamado “Povo de Deus”.
É dever de todos acolher bem todas e quaisquer pessoas, independentemente de classe social, raça, gênero, status profissional ou diferenças de subjetividade. Isto se estende ao mundo dos animais domésticos e selvagens, bem como às coisas materiais. A má acolhida resulta, muitas vezes, em acidentes ou transtornos ao longo do caminho. É próprio do ser humano acolher. De forma especial, isso é ser humano. É sagrado, em nossas casas, um ambiente próprio para acolher as pessoas. Nesses ambientes, sempre há o convite para o cafezinho, almoço ou jantar. A acolhida, a boa acolhida, é marca forte numa família, que jamais quer deixar o visitante partir com alguma sensação de desconforto. A Igreja é uma casa de irmãos espirituais que servem ao mesmo Pai, logo precisam se acolher.
Sugerimos uma acolhida de fora para dentro, que promova a proximidade, através de pequenos gestos que fazem a diferença: 1- Receber os fiéis e ajudá-los no estacionamento …
2- Acolhida humana, simples e fraterna na porta igreja …
3- Ajudar as pessoas a se acomodarem …
4- Saudação inicial “a todos” com sabor bíblico e inspiração.
5- A Liturgia não é uma ação individual …
A definição de acolhida enseja a maneira de receber ou de ser recebido(a), a calorosa recepção, consideração, o oferecimento de refúgio, proteção ou conforto físico [abrigar(-se), amparar(-se)], o dar ou receber hospitalidade [hospedar(-se), alojar(-se)]. E essa atitude será comunicada pela atenção que dedico ou pelas posturas mentais e corporais diante dos outros. E é na eclésia que mais se pode exercitar, sem distinção ou acepção de pessoas, a acolhida cristã, ou seja, configurada no mandamento do amor a Deus sobre todas as coisas e no próximo com a mim mesmo.
A maioria de nós, em algum momento da vida, já se sentiu ignorado, desvalorizado ou desconsiderado por alguém ou por um grupo. E como nos sentimos bem quando somos respeitados e valorizados, seja recebendo atenção, sendo ouvido ou percebendo na pessoa um olhar atencioso, uma postura física que nos comunique consideração pelos nossos pensamentos e ações.
O curso tratou de alguns problemas da má acolhida, como: reparar na postura simples dos outros (qual o público preferencial de Jesus?), o problema dos telemóveis (celular…), a imposição de modos próprios aos outros quer chegam de fora, as dificuldades para conversar com equidade (distribuir atenção a todos igualmente), o mau humor e a fofoca.
Acolher generosamente foi a firme indicação. Antes dos preconceitos é preciso colocar acolhida generosa. A acolhida não deve ser vivida como uma condenação porque não temos
outra saída, mas como um ato de amor. A globalização que acontece no mundo chega também ao aspecto populacional. Diante disso, a acolhida faz-se necessária, como atitude pessoal e coletiva. Nas igrejas isso é condição de prática profunda da fé em Deus, o qual ousou formar um povo santo que caminha rumo ao ser Reino Eterno.
Acolher é abençoar o outro na casa do Pai. “O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça; o Senhor volte para ti o seu rosto e te dê paz”. (Nm 6, 24-26).
A IMPORTÂNCIA DA ESPIRITUALIDADE NA VIDA DO CASAL (CONJUGAL, PESSOAL E SOCIAL), prometida e proferida no Encontro do Movimento de Irmãos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Vila Real, Balneário Camboriú-SC.
O indivíduo singular não dá sozinjo significado profundo à vida sua, mas requer relacionamentos na terra que o conduzam ao céu.
A vida conjugal dá ao casal a condição de somar esforços, dons e habilidades de toda ordem para se apoiarem num mundo em conflito. Porem, para construir um relacionamento conjugal estável e feliz é preciso muito mais que buscar interesses comuns, um amor profundo.
Após o casamento é comum que alguns casais comecem a enfrentar dificuldades: os sonhos da vida perfeita idealizada vão sendo substituídos pela rotina, pelas dinâmicas familiares exigentes e conflituosas, e pelo excesso de preocupações profissionais e financeiras.
Como mudar essa senda?
-Viver a espiritualidade, ou seja, conectarem-se um ao outro para além das coisas, no espírito santo entusiasmador. Diálogo e oração devem estar no centro do relacionamento. É mister para o casal reconhecer seu papel na família, na sociedade e no mundo e se perdoar, para prosseguir sem mágoas.
Ler a Palavra de Deus e se conectar com o poder do Espírito Santo é condição essencial para o casal fugir do consumismo e do materialismo, mesmo que sejam olhados com desconfiança pelo mundanismo.
Observem a seguir que gente linda de Jesus Cristo, que têm a sabedoria de parar e refletir sobre o modo de viver para fazer o bem e conquistar a salvação eterna.
Shalom a todos.
Qual a relação do Cooperativismo com a Agricultura Familiar? As grandes transformações na vida do campo enfraqueceram a Agricultura Familiar?
Família e cooperativismo caminham juntos desde o início. Lembro-me dos tempos de criança, quando meu pai saia pelos campos convidando os agricultores para fundar uma cooperativa. Éramos uma família numerosa em casa, onze filhos e nossos pais, como era frequente na Região do Alto Vale do Itajaí, SC. Era comum famílias com muitos filhos para “trabalhar na roça”. Com cinco anos eu já conduzia cavalos e bois, os quais tracionavam implementos agrícola de preparo e cultivo do solo, transporte de insumos e produção agrícola (confira os vídeos: aração com tração animal carpideira com tração animal).
Pois bem, meus caros leitores, foi naquele tempo que muitas cooperativas surgiram. As comunidades eram mais fortes e unidas, uma vez que todos dependiam do trabalho no campo e inclusive plantavam as lavouras trocando dias de serviço (um ajudava o outro no momento do plantio, capina e colheita) ou faziam um mutirão (para ajudar um agricultor em dificuldade). Veja mais em: Mutirão onde os agricultores trabalhavam cantando.
A família, assim como a cooperativa, não são entidades para se realizar festinhas ou existentes para beneficiar um determinado membro ou poucos dos seus componentes. Tanto uma quanto a outra só funcionam bem quando há intensa participação de todos, além de plena justiça e igualdade de condições em tudo o que é feito.
Uma família e uma cooperativa não se regulam apenas pelas leis do mercado, mas pelas relações humanas que fortalecem uma sociedade, pois a sociedade de pessoas é maior do que o mercado, que pode ser excludente nalgumas situações. Isso não quer dizer que a cooperativa seja uma entidade assistencialista, pois a mesma tem obrigações diretas apenas para com os seus associados que cumprirem seus compromissos estatutários. Senão vejamos em sua definição que diz: “a cooperativa é uma organização de pessoas unidas pela cooperação e ajuda mútua, com objetivos econômicos e sociais”. Veja esse vídeo de uma palestra que proferimos sobre Cooperativismo e Família para uma grande plateia:
Tecnicamente, a Cooperativa é uma organização constituída por membros de determinado grupo econômico ou social que objetiva desempenhar, em benefício comum, determinada atividade (produção de bens e serviços). As premissas do cooperativismo são: identidade de propósitos e interesses; ação conjunta, voluntária e objetiva para coordenação de contribuição e serviços; obtenção de resultado útil e comum a todos. O certo é que cooperar precisa também ser um bom negócio, além de aprimorar os laços sociais e comunitários. Você pode conferir no link do vídeo a seguir como falamos de modo bem autêntico sobre o Cooperativismo, a Cooperativa e seus Ramos.
Uma cooperativa não existe para beneficiar um determinado grupinho de pessoas, mas para beneficiar a comunidade de associados sem distinção, pois a mesma é uma sociedade de pessoas com os mesmos direitos e deveres. Logo entendemos que essas pessoas têm suas origens numa célula social intitulada família, a qual tem uma função e responsabilidade com a comunidade onde está situada.
A família é um agrupamento humano formado por indivíduos com ancestrais em comum, ou ligados por laços afetivos e que, geralmente, vivem numa mesma casa. A família representa um grupo social primário que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições, além de se constituir numa unidade básica da sociedade, portanto formadora de comunidades. Uma família ajustada e harmônica é sinônima de felicidade para seus membros.
Família, comunidade e cooperativismo têm intima relação. Os próprios princípios cooperativistas se iniciam pela adesão livre do individuo singular (vindo de uma família), indo ao interesse pela comunidade, o sétimo princípio. Isso nos leva a deduzir que o cooperativismo deve se iniciar no seio do lar e se fortalecer a partir daí.
É no seio das famílias que se inicia o compartilhamento de tarefas, a solidariedade, a livre adesão e o comprometimento com o outro. Nas decisões democráticas e amorosas, o interesse em aprender e ensinar e a vivência em comunidade toma corpo e se desenvolve. No caso das propriedades agrícolas menores, uma atividade eminentemente familiar, a atitude voluntária cooperativa é que faz a família se dar bem na atividade. Não basta trabalhar e produzir se os produtores não se unirem em cooperação.
Por outro lado, as cooperativas se fortalecem realizando eventos que congregam os associados, seus familiares, dirigentes e colaboradores.
O cooperativismo se fortalece no seio do lar quando se mostra acolhedor das famílias. E nos tempos atuais de famílias pouco numerosas, onde os pais procuram dar aos filhos tudo aquilo que não tiveram, os mesmo podem se tornar um tanto egoístas.
Com esse espírito familiar acolhedor em ação, a importância do cooperativismo passa a ser sentido a partir do seio do lar, de modo que possa incentivar aí o surgimento de novos sucessores para o agronegócio e também novos sócios.
O cooperativismo precisa ser encarado sob a tríade da filosofia, da atitude voluntária e da sociedade de pessoas. Ter disposição e boa vontade é importante para uma pessoa viver em sociedade, porém não é tudo. Necessário se faz que o indivíduo entenda o que venha a ser o cooperativismo na sua essência, de acordo com os princípios de probidade, lealdade e solidariedade, como surgido em Rochdale, na Inglaterra no início do século dezenove.
Quem vive o cooperativismo desde o seio de sua família tem mais facilidade de compreender e viver esse movimento social e econômico, que visa buscar resultados positivos aos seus associados. A filosofia de vida, a atitude voluntária e a organização da sociedade só faz fortalecer as famílias e promover o desenvolvimento das propriedades agrícolas, municípios e regiões. Porém, para que isso aconteça, a família precisa ser participativa e entender a complexidade da entidade cooperativa, pois o dono é o próprio associado.
As novas gerações precisam ser iniciadas e educadas sobre a nobreza do verdadeiro cooperativismo, de maneira que entendam porque é que muitas cooperativas faliram, enquanto outras funcionam tão bem até nossos dias. Assim, convido você a assistir a uma palestra que proferimos durante um grande roteiro sobre Cooperativismo e Agricultura Familiar: fortalecendo gerações.
Não basta ter o rótulo de sócio se no fundo não se é cooperativista. Ser participativo é fundamental para que o sócio se faça dono da sua cooperativa. Isso se faz através do “adonamento” (do fazer-se dono não por esperteza e velhacaria, mas com seriedade) financeiro, profissional, afetivo, participativo, patrimonial, enfim, um dono comprometido com aquilo que é seu, a sua cooperativa.
Percebemos que está na hora de voltarmos a falar em cooperativismo às famílias associadas, colaboradores e dirigentes. Os problemas que hoje enfrentamos nas áreas de produção, transporte e comercialização precisam ser resolvidos conjuntamente e têm a ver com a formação dos cooperativistas.
Há também muitos sócios no meio do quadro social que só pensam em preço e vantagem pra si, e isso não revela espírito cooperativo, mas puro egoísmo. Quando nos unimos vencemos as crises, não quando nos isolamos.
Uma cooperativa é uma entidade complexa, que inclusive muitos sócios não sabem como funciona, mas precisam se interessar pelo assunto, afinal, a empresa cooperativa é deles. Não é inteligente ter uma participação fraca durante o seu funcionamento, o que poderá acarretar numa pesada carca financeira se a mesma tiver complicações financeiras.
Cooperativismo não é um assistencialismo, mas uma atividade que busca atender às demandas dos associados Há por isso também a necessidade de se favorecer a participação da comunidade associada, através de núcleos e comitês educativos. O cooperativismo acontece quando elevamos nossa consciência pessoal e familiar, de acordo com o que expressamos no vídeo ao lado.
Finalmente, quando ele age com espírito familiar, ou seja, sempre procurando fortalecer cada um dos membros da família, todos se sentem coparticipes e tendem a cooperar de maneira ideal. Para tanto, há a necessidade de se investir constantemente em informação, formação e educação cooperativa.
Queremos ser espelho, mas nem sempre nos olhamos profundamente nele.
Nosso olhar quase sempre é para sanar algum problema de aparência, descobrir uma necessidade de maquiagem, mas com pouca profundidade. Não estaríamos a fazer o mesmo com a nossa prática religiosa dentro das casas?
E por falar em superficialidade, esse tem sido um grande mal em nosso tempo: – Vivemos afogados e ensimesmados pelo excesso de “selfies” em detrimento de conteúdo; – Comportamo-nos como narcisistas (indivíduos com excesso de amor por si ou por sua própria imagem – uma referência ao mito de Narciso – ao verem no espelho d’água nele se jogam e, não sabendo nadar, morrem afogados); – Não resistimos passar ao lado do lago das aparências e logo nos perdemos nas exterioridades enganosas, nas ilusões (erros de percepção ou de entendimento) que as aparências podem nos levar.
Olhar no espelho da vida não é apenas ver a própria imagem, marcas de expressão, pintas, rugas, etc., com o fito de cobrir tudo isso com algum cosmético, mas procurar aquilo que nos dá sentido para levar o Reino para dentro do lar.
A maquiagem cada vez mais promove melhorias na imagem das pessoas, mas pode estar também apenas escondendo defeitos.
Maquiagem não resiste às lágrimas e tempestades da vida, nem nos faz mais fortes para vencer as adversidades. Só a fé como adesão incondicional a uma verdade nos possibilita isso.
Podemos, sim, melhorar nossa aparência ao maquiar nosso rosto, ter todo o tipo de cuidado com o nosso corpo, desde que mantenhamos a firme busca da verdade daquilo que está sob nossa pele.
Olhar-se no espelho da vida é penetrar no fundo do próprio ser, no recôndito da nossa alma e entregar a Deus nossas profundas intenções. Todavia, a impressão que temos é que a fé de muitas pessoas se tornou uma espécie de cosmético para manter as aparências, e não caridade que mostra e doa a vida em sua essência.
Eu não posso olhar o espelho por você, assim como não posso ter fé por você, ou mudar sua imagem por você. Posso, sim, orar para você e emprestar-lhe um espelho físico, porém, o mergulho profundo no infinito do espírito apenas uma pessoa pode fazer: você!
O que temos refletido às pessoas de nossa casa, aquelas que nos veem e ouvem dia após dia?
Tenhamos uma conversa franca com Deus, tomemos uma atitude de fé e decidamos ser os melhores espelhos possíveis por onde passarmos.
Paremos de propagar as aparências que não fazem parte daquilo que é o mais central, a mais importante característica do nosso ser, nas entranhas da vida e levemos o amor na dimensão pessoal, conjugal, e o carácter espiritual que nos faz nascer de novo em cada lar.
Cumpramos o nosso sim e comprometemo-nos com o Deus da Vida a cumprirmos o nosso propósito dentro do lar, pois, “aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência.”(Tg 1,23-25).
Havemos de refletir nosso exemplo e permitir que nossa imagem sirva de luz familiar a quem convivemos, ainda mais numa época de tantos ataques e tentativas de desconstrução das famílias.
Coloquemos espelhos para reinventar os espaços do lar e refletir o amor presente no lar.
Olhemos no espelho para ver em nosso interior a imagem do amor, fazendo reinar a alegria de viver que alivia e elimina a dor.
Os espelhos ampliam os espaços e as visões dos ambientes, assim como nossa imagem amplia o legado (mais que herança) que podemos deixar às novas gerações. Os sentimentos que eles nos revelam são expressos através do olhar, do corpo, dos climas, das feições que expressamos. Portanto, olhe-se e diga a você o quanto você é importante para a sua família. Em sentido estrito, você é um ser humano que serve de exemplo de comportamento para outros.
Você sempre tem a chance de se deixar ofuscar a visão da vida que existe em você, ou fazer com que alguém reflita um pouco do seu bom ser e “assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.” (Mt 5,16)
Seu espelho interior vai lhe proporcionar algumas indagações e até respostas que, por certo, o auxiliarão na leitura da sua vida e na propagação de imagens que sirvam para, perseverantemente, fortalecer, restaurar e edificar o lar de quem necessitar.
Ainor Francisco Lotério Natural de Vidal Ramos/SC, é engenheiro agrônomo, palestrante, psicopedagogo, M.Sc, acadêmico de teologia e aluno da Escola Diaconal São Francisco de Assis. Autor do livro: Pais Frouxos, Filhos Sofredores, Pais Firmes, Filhos Felizes, é também ministro da Palavra junto à Paróquia Divino Espírito Santo, em Camboriú/SC.
Nesse artigo, de caráter reflexivo e motivacional, procuramos responder aos seguintes questionamentos do tempo atual:
1- O que deve crescer dentro de casa para fazer da família uma célula amiga do corpo escolar? 2- O que deve ser agregado na escola para que as famílias se sintam cada vez mais coautoras da educação da sua prole? 3- Como estruturar uma proposta de educação que transforme a família em parceira e cooperadora da escola, uma vez que a escola é composta pelos filhos das famílias?
Algumas considerações importantes:
– Observamos certa crise de valores vivenciada por muitas famílias no cenário atual, onde pais e mães estão perdendo a autoridade e a liderança no lar. Isso nos dá a impressão que os alunos são mais filhos da escola do que das famílias.
– Não há mais a família de “antigamente”, mas vários tipos de família. Causas sociais, culturais, econômicas, afetivas, espirituais e tecnológicas explicam muito dessas novas configurações. Mas o fato é que essas mudanças nos colocam novos desafios, entre eles o resgate da participação da família na vida escolar de seus filhos.
– A escola jamais substituirá as famílias e as famílias jamais conseguirá substituir a escola. Cada uma dessas distintas instituições possui um papel forte e decisivo na vida das crianças, sendo a família a primeira escola e a escola a segunda família.
– Há certa unanimidade quando se pronuncia a frase: “a educação deve começar em casa”, sendo que a escola deve ser a repassadora de conhecimentos que instrumentalizem a criança para a vida profissional e social. Que possa ela receber uma formação que a torne cidadã consciente, conhecedora dos seus deveres e capaz de lutar por seus direitos.
– Pais amigos da escola sabem que um filho (uma criança) é uma joia rara e que merece de quem o gera/ou cuida todo o empenho, investimento e amor. Sabem que valorizando a família (“nosso maior patrimônio”) e despertando o “ser amigo” da escola (“patrimônio de todos”), a escola entrega uma educação de qualidade aos educandos. O certo é que quando mais as famílias participarem das atividades da escola, iniciando-as dentro do lar, elas passam a contribuir efetivamente para a construção de um futuro mais justo e feliz.
– Família amiga da escola é aquela que entende que a educação do seu filho é tanto mais eficaz, quanto mais ela cooperar com a escola.
– A família amiga da escola sabe que a missão dos professores e professoras é levar conteúdo, conhecimento e entendimento, de modo a desenvolver dons e talentos, além de gerar habilidades profissionais e de convívio social. Não foge ela da sua responsabilidade: repassar princípios e valores morais e éticos.
– Um amigo não é apenas um voluntário, mas uma pessoa que mantém um relacionamento de afeto, consideração e respeito por outra pessoa, protegendo-a e fazendo o possível para ajuda-la sempre. Logo, quem não mantém essa ligação com relação à escola do filho, não pode ser considerada amiga da escola.
– É frequente o caso de pais e mães que praticamente não cooperam com a escola, mas exigem que a mesma transmita “educação completa aos filhos”.
– Sabemos que princípio e valores relacionados à obediência, respeito aos mais velhos, consideração pelos professores, simpatia e solidariedade para com outros, disposição para o trabalho em grupo, etc, devem nascer e crescer dentro de casa.
(Confira abaixo o vídeo realizado pelo Palestrante sobre uma didática que estimulou e facilitou no processo de educação e interação dos alunos na Escola de Educação Básica Araújo Figueiredo, em Urubici, SC. Veja também a grande repercusão na fanpage do Professor, CLIQUE AQUI).
– Há a necessidade de firmeza de propósitos e coragem para educar sem rodeios.
– A constante busca da evolução faz da família uma célula cada vez mais fundamental para o progresso social de maneira harmônica, duradoura e sustentável.
– Educadores, pais e filhos, ajamos em cooperação: mais do que um por todos e todos por um,um por todos e todos por todos!
– Misturemos as mãos nesse aperto em favor da educação da nação!
AINOR FRANCISCO LOTÉRIO – Palestrante e escritor, engenheiro agrônomo, pós-graduado em Metodologia do Ensino Superior, Gerenciamento de Marketing, Psicopedagogia, Mestre em Gestão de Políticas Públicas/Instituições, cultura e sustentabilidade e acadêmico de Teologia.