Ainor Loterio - Cursos, Palestras e Treinamentos

Curso de OQS-Organização do Quadro Social da Cooperativa Cooper Itaipu.

Curso realizado em parceria com o Sistema OCESC/SESCOOP-SC, dentro da orientação do Programa de Mulheres Cooperativistas.
A razão da realização do referido curso com as mulheres participantes do Núcleo Feminino da Cooperativa Regional Agropecuária CooperItaipu visou atender a necessidade de realização de um diagnóstico da realidade (estrutura e situação) bem como de um planejamento das necessidades, desenvolvimento (alinhado à missão, visão e valores da cooperativa) e implantação (núcleos, conselhos, etc.).
Os objetivos da constante Organização e Manutenção de um Quadro Social participativo e ativo visam “formar novas lideranças, dar novos conhecimentos sobre a realidade do cooperativismo, entender o que é uma cooperativa e porque eles fazem parte de uma cooperativa”.
Logo, um equilíbrio entre gestão empresarial e social pode amenizar o distanciamento entre a cooperativa e cooperados, construindo uma identidade única no sistema cooperativo.
Uma adequada gestão cooperativa deveria priorizar a formação e educação dos associados para que se reconheçam como donos destes sistemas de organização coletiva, participando ativamente e articulando sua produção de modo a desenvolver e se apropriar de maiores benefícios dessa cooperação.
As cooperativas têm uma difícil tarefa em meio a uma concorrência cada vez mais acirrada. De forma permanente, têm de convencer os seus cooperados, os quais são simultaneamente donos e fornecedores destes empreendimentos cooperativos, que participar ativamente dos negócios e das atividades da cooperativa é a melhor estratégia, a que lhe brindará maiores vantagens.
A gestão social (preocupação da OQS) é uma ferramenta essencial para promover a fidelização dos cooperados e o seu interesse em manter uma organização cada dia mais coesa e fiel as suas necessidades (dos cooperados), sendo também uma ferramenta para aproximar interesses e necessidades dos cooperados e suas cooperativas. Para tal, a cooperativa deve se utilizar cada vez mais da comunicação, uma estratégia crucial neste processo de equilibrar a gestão empresarial e social.
A organização do Quadro Social possibilita que se concretize e se vivencie o princípio cooperativista da gestão democrática, de caráter educativo, por meio da efetiva participação do associado no empreendimento.
Entende-se que organizar o Quadro Social é defini-lo e estruturá-lo de forma a estabelecer um processo sistemático e permanente de educação, formação e informação. Isso promoverá a comunicação e a integração entre os associados, deles com a cooperativa e vice-versa.

Na prática, a Organização do Quadro Social (em questão, os Núcleos Femininos) contempla:

a) A seletividade associativa, de modo a manter na cooperativa os associados com disposição de assumirem os compromissos necessários para o sucesso de sua atividade, bem como revitalização e desenvolvimento da cooperativa;
b) O aprimoramento dos processos entre cooperativa e associados e vice-versa;
c) A capacitação dos associados para absorverem e adotarem as tecnologias necessárias para a viabilização e competitividade de suas atividades.
No entender de Madalozzo (1981), é indicado que crie uma nova civilização capaz de satisfazer a natureza do homem como ser racional livre social e eticamente, como por exemplo uma civilização solidarista, na qual:
1) exista efetivamente a liberdade e o respeito a cada homem como pessoa;
2) que a sociedade seja de fato uma comunidade de pessoas que respeitem a vida familiar e estimulem a vida grupal e intergrupal valorizando as pessoas;
3) que o trabalho seja cooperativo e incentivado visando o bem comum; ou seja, uma civilização que seja humanista e comunitária.
As cooperativas emergem, então, como uma terceira via, ou seja, como uma forma de organização social capaz oferecer alternativas tanto para o individualismo quanto para o coletivismo.
Para que as cooperativas se tornem cada vez mais eficientes e eficazes, a premissa básica é que elas sejam livres e responsáveis para se dirigirem por si mesmas, tornando-se crucial o investimento na organização e fortalecimento do Quadro Social. (MADALOZZO, 1981). No entender deste autor, por meio de seu Quadro Social as cooperativas poderiam contribuir para o desenvolvimento humano, viabilizando especialmente:
1) a valorização da pessoa e a promoção de seu bem-estar social; 2) a melhoria do padrão de vida;
3) desenvolvimento do espírito de solidariedade;
4) o desenvolvimento da educação; e
5) a prática da democracia econômica.

Pressupõe-se que cooperativas sejam lideradas por pessoas conscientes dos rumos da sociedade e do papel que elas efetivamente podem desempenhar nesse processo. Esse tipo de organização precisaria de lideranças que, além de exercerem uma boa administração, fossem igualmente capazes de conduzi-las à vivência da mentalidade cooperativa, na qual as atitudes de solidariedade geral dos sócios fossem o ponto forte de sua atuação na construção de um humanismo solidário e comunitário.

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