A Cooperja – Cooperativa Agroaceleradora – Jacinto Machado–SC convidou o palestrante e instrutor especialista em cooperativismo, engenheiro-agrônomo e mestre em gestão, para ministrar o curso doutrina e educação cooperativista para jovens, sucessores, filhos e filhas de associadas.
O objetivo geral foi apresentar e auxiliar às participantes quanto à devida compreensão do cooperativismo, bem como de seu valor e importância no desenvolvimento social e econômico de suas famílias e da comunidade, promovendo a sustentabilidade do cooperativismo e da sociedade cooperativa.
Dentre os objetivos específicos estão: a) despertar a cultura da cooperação, identificar e desenvolver habilidades para o exercício da liderança nos diversos espaços da cooperativa, inclusive para a sucessão; b) fortalecer a doutrina e a cultura cooperativista como alicerce da ação cooperativista; c) promover o comportamento empreendedor e o protagonismo juvenil cooperativista e; d) proporcionar aos jovens experiências que contribuam para seu desenvolvimento integral.
Para o instrutor e palestrante Ainor Lotério, “as cooperativas de sucesso sabem que os associados estão cada vez mais exigentes. Compreendem que as situações que envolvem seus associados e clientes (também os familiares) marcantemente, conectando-se a eles com estilo pessoal e memorável, oferecendo produtos e serviços de alta qualidade a preço competitivo. Também buscam identificar e realizar os sonhos dos associados e clientes, familiarizando-se com o imaginário deles. É nesse momento que os jovens requerem uma atenção profunda e bem organizada das suas cooperativas e do sistema cooperativista de modo geral.
O cooperativismo não é apenas uma atitude pessoal, que muitos podem a ter, mas, como não compreendem a sua filosofia e nem o porquê da sociedade constituída de pessoas, não sabem explicar as razões da sua participação, nem a importância da cooperativa. É por isso que quando alguém se aproxima como sócio ou cliente de uma cooperativa, apenas para ganhar não pode ser contado na lista dos bons sócios, àqueles que têm o ideal cooperativista no coração. Isso é como pôr um filho no mundo e não estar consciente e preparado para educa-lo: a chance dele se perder é muito grande, exceto se alguém coopere com sua existência e cooperação.
Não para menos, notou-se interesse constante e participação entusiasmada dos jovens filhos e filhas dos associados da Cooperja durante todo o dia. Isso denota a necessidade de cada vez mais investir na formação dos mais novos, pois são estes que dominarão as novas tecnologias de operação da produção e da gestão das próprias cooperativas. Daí, também, a preocupação da formação de lideres para o nosso tempo, pois um dia eles vão substituir os atuais, observa a coordenadora social da Cooperja, Elisabete Biz dos Santos, através deste novo formato que o SESCOOP/SC.
Sempre é bom lembrar o conceito de cooperativismo como movimento, filosofia de vida e modelo socioeconômico capaz de unir desenvolvimento econômico e bem-estar social. Seus referenciais fundamentais, como a participação democrática, a solidariedade, a independência e autonomia, a solidariedade, ao auxílio mútuo, legalizadamente, dão um caráter de negócio desenvolvido por uma sociedade de pessoas, para pessoas. Sabemos que o sistema está fundamentado na reunião de pessoas e não no capital, mesmo tendo essas pessoas objetivos comuns de geração de renda e melhoria das condições de vida. Visa às necessidades do grupo e não do lucro, ao colocar a essência humana em primeiro lugar, desde o seu nascimento, em 1844, em Rochdale, Inglaterra. Busca prosperidade conjunta da sociedade de pessoas (as quais formam o empreendimento cooperativo) e não individual. Estas diferenças fazem do cooperativismo a alternativa socioeconômica que leva ao sucesso com equilíbrio e justiça entre os participantes. Associado a valores universais, o cooperativismo se desenvolve independentemente de território, língua, credo ou nacionalidade. Sempre é bom estudar para compreendê-lo profundamente, mas uma boa fonte é o site da OCB-Organização das Cooperativas do Brasil (http://www.ocb.org.br/site/cooperativismo/).
Com um conteúdo forte, desenvolvido durante oito horas, foram abordados os seguintes tópicos:
1. O fenômeno da cooperação como ferramenta de aprendizagem e desenvolvimento da sociedade.
2. Origem histórica e evolução do cooperativismo no mundo.
3. Mundo em transformação e educação cooperativista
4. Cooperativismo não se coaduna com egoísmo.
5. As cooperativas precisam dar espetáculo.
6. Instrumento de desenvolvimento econômico, social e sustentável.
7. Quatro razões que viabilizam empreendimentos cooperativos.
8. Princípios que identificam e norteiam o cooperativismo empresarial, na sociedade de mercado atual:
9. Diferenças entre sociedade cooperativa, associação e sociedade mercantil.
10. Sobrevivência, competitividade e gestão profissional das cooperativas
11. A motivação no ambiente cooperativo e competitivo
12. Da estratégia competitiva para a cultura cooperativo-competitiva.
É o despertar dos associados, entendendo que “O SÓCIO É O DONO”, que fortalecerá a cooperativa para o bem de todos. E ser dono não é apenas investir dinheiro, mas se adonar filosoficamente, espiritualmente, pela entrega de produtos e serviços, pelo acompanhamento de todas as atividades da sua condução, é ser leal, buscar informação, formação e conhecimento, enfim, estar por dentro para continuar dentro.
Cooperativistas são todos aqueles e aquelas que entendem o que lhes digo neste texto, não se incomodando com qualquer questionamento, pois seu proceder é ético, competente tecnicamente e socialmente, além de imprimir sempre uma profunda sensibilidade solidária. Afinal, um sócio deve estar na cooperativa pela confiança que tem na sua diretoria, mas, sobremaneira, pela qualidade do seu quadro associativo. Ou seja, um sócio se apoia em outro e todos formam o corpo cooperativo.
