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INCLUSÃO, DIVERSIDADE E SUCESSÃO NO CAMPO: A MULHER E SUA INTELIGÊNCIA COOPERATIVA (Mangueirinha-PR)

Um grupo de mulheres empreendedoras da agricultura, intitulado Mulheres do Agro de Mangueirinha, por iniciativa da FMC Agrícola (empresa de ciências para a agricultura), promoveu um evento de confraternização, fortalecimento e reintegração das produtoras rurais. Representantes das cooperativas CODEPA – Cooperativa de Desenvolvimento e Produção Agropecuária de Mangueirinha-PR e da COAMO – Cooperativa Agroindustrial.

O encontro foi em Mangueirinha-PR, na sede do Sindicato Rural, e chamou a atenção das autoridades e o mundo do agronegócio pela mobilização das mulheres.

Lá conhecemos um grupo formidável de mulheres, as quais têm como líderes e pioneiras as irmãs Ana Franciosi (veterinária) e Edina Franciosi (arquiteta). Elas são produtoras rurais em Mangueirinha (PR). Aqui temos dois exemplos verdadeiros de Mulheres do Agro!

Uma pergunta inicial norteou a palestra: qual a diferença entre herdeira e legatária do campo?

Herdeiras todas são, pois os pais não podem negar o patrimônio às filhas. No entanto, legatárias nem todas são, pois nem sempre lhes foi passado o bastão da sucessão das atividades campesinas.

De igual modo, a sucessão rural não pode ser unicamente uma sucessão de pais para filhos, mas para toda a família. Isso é diversidade e inclusão.

Sem o viés do preconceito, precisamos compreender a diversidade humana no campo através da participação das mulheres, pois quem planta e cria tem que ter mais alegria. E a alegria feminina é sinônimo de ânimo, sensibilidade, vida de qualidade, conhecimento e produtividade.

Se o ser que administra a propriedade está calçando botas ou salto alto não importa, mas o que importa é se está obtendo resultados positivos, sendo sustentável e evoluindo constantemente. E isso é coisa de mulher, sim.

A diversidade de pensamentos, onde o pensamento feminino é incluído e não mais excluído é uma riqueza, pois ela em si já é sucessão, facilita a inclusão do diferente e faz eliminar a fragilidade no convívio com as diferenças.

Por essa razão estamos investindo nessa proposta, diz o engenheiro agrônomo e embaixador da FMC Agrícola para o assunto André Granzotto, ao lado da engenheira agrônoma Emily Dalosto.

Podemos conhecer melhor o movimento que está tomando conta do campo agrícola brasileiro através da Rede UMA-União das Mulheres do Agro, a qual é formada por mulheres protagonistas do campo que têm como pilares básicos a busca da representatividade, da união e do empreendedorismo. Objetivam fortalecer cada vez mais o setor feminino do agropecuário brasileiro para que ele seja reconhecido e respeitado por merecimento.

“A sucessão rural sempre foi um assunto que antes só atraía a atenção dos homens, ou era dirigido de maneira tradicional para esse viés, passou a tomar outra direção. Essa direção está sendo dada pela participação das mulheres no campo da sucessão rural, tanto no agronegócio quanto na agricultura familiar. Mas quem disse que só deve haver sucessores e não sucessoras na agricultura?”, pergunta o professor, palestrante e engenheiro agrônomo, com mais de três décadas em experiência no serviço de assistência técnica e extensão rural, Ainor Francisco Lotério.

Uma fala direta com vistas à sucessão no campo dentro do viés e da abordagem feminina pode ser extraída: “Num futuro breve, articuladas em Rede e empoderadas pelo empreendedorismo, poderemos assumir de vez nosso protagonismo. Através da autonomia financeira e econômica – sempre sendo mulheres, companheiras e mães – poderemos empreender nossos sonhos, mantendo nossas raízes no campo, mas seguindo os passos da modernidade” (Rede UMA).

Para ele, a visão machista sobre as atividades do campo sempre afastou as mulheres dessa atividade. Entendemos que para as mulheres sempre foi mais difícil enfrentar a bruta luta do campo, especialmente nos tempos de outrora, enquanto a tecnologia não havia facilitado os trabalhos nas lavouras e criações. Hoje, com o advento da agricultura moderna e do conhecimento científico fruto de pesquisas públicas e provadas, o agronegócio é possível de ser implementado por quem desejar, bastando para tal ter vontade, buscar conhecimento e desenvolver dons e habilidades.

Por isso, visando converter a visão das gerações atuais de gestores e lideranças do setor, uma palestra híbrida, onde um grupo de mulheres foi transformada em coopalestrantes, desenvolveu-se, de forma consistente, dinâmica e descontraída, o seguinte conteúdo:

– A diversidade humana e a humanização da diversidade através da inclusão fortalecedora de “diferentes gentes”, dons, habilidades e competências.

– A importância e o papel da mulher na sucessão familiar, na renda e vida de qualidade na propriedade.

– Sucessão no campo e novos rumos para a agricultura familiar (conhecimento tecnológico e evolução do pensamento).

– O cooperativismo como alavanca propulsora no projeto de vida da mulher (formação, solidariedade, geração de renda e concretização de sonhos num mundo competitivo).

– Cooperativismo e mulher: conjunto de ideias e práticas fundamental para a vida

pessoal, familiar e profissional na agricultura.

Vários depoimentos das Mulheres do Agro fortaleceram o evento: “o grupo surgiu numa dificuldade pessoal (quando a gente estava com a “corda no pescoço”), há doze anos. Assumimos as terras da herança e compramos máquinas e realizamos uma série de outros investimentos. Muitos apostavam na nossa desistência, dizendo que isso não era coisa para mulheres”.

1 – Nossa sucessão se iniciou na infância, quando nosso pai nos dava uma bezerra (vaca), mas ouvíamos que agricultura era coisa de homem. Nosso pai faleceu e nós então nos vimos com essa responsabilidade diante de nós. Fomos em busca do conhecimento, pois esse mundo novo possibilita isso.

2 – Nossa mãe, que está conosco até hoje, sempre foi nossa conselheira e inclusive cultiva uma linda horta próximo a casa. Somos de origem italiana e o alimento é uma necessidade, pois foi basicamente por isso que os imigrantes dessa origem fugiram de lá para o Brasil.

3 – Nas reuniões sobre agricultura de qualquer natureza e até em cooperativas estranharam nossa presença e até aconteceu de puxarem nossa cadeira nos deixando sem lugar para sentar. Éramos deixadas de lado.

4 – Na primeira plantadeira que compramos o motorista do caminhão que veio entregá-la procurava um homem e não achava. Nos, olhando e achando até graça, tranquilas ficamos até que ele nos perguntou se alguém iria receber a máquina e o dissemos: somos nós as donas. Ele ficou espantado.

Sobre a pergunta: o que você acha de a mulher trabalhar no agro? Essa foi a resposta: a mulher tem o direito de fazer acontecer também na agricultura.

No caso da contratação de funcionários uma pergunta sempre é feita por elas mesmas: você tem alguma dificuldade de trabalhar com mulheres? Quando tem na entrevista já notamos só no modo de falar.

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