Ainor Loterio - Cursos, Palestras e Treinamentos

Minicurso de linguagem e comunicação para a ACOLHIDA CRISTÃ.

A Comunidade Católica Santa Isabel de Portugal, pertencente à Paróquia do Divino Espírito Santo de Camboriú-SC, promoveu um curso rápido ou minicurso abordando a “MOTIVAÇÃO PARA A ACOLHIDA CRISTÔ. 

Um quesito fundamental no acolhimento é a hospitalidade, pois a mesma exerce grande importância no posicionamento do cristão frente aos acontecimentos do mundo atual (globalizado, em conflito e provocador de êxodos e refugiados).

Quem segue o Caminho, a Verdade e a Vida, ou seja Jesus Cristo, tem diante de si a necessidade de se congregar em comunidade sinodal e acolher bem o outro.

Desde a Bíblia, as noções de exílio e de hospitalidade estão estreitamente imbricadas uma na outra”. O povo de Deus foi exilado. Daí vem o imperativo para que não esqueça de sua história e se disponha a acolher os estrangeiros (Dt 10,19).

O próprio Jesus Cristo deu exemplos de acolhida plena aos mais necessitados, os pobres, os doentes, os excluídos e os estrangeiros. E o estrangeiro é sempre um exilado de uma terra, de uma nação ou de uma cidade, enfim, da sua casa e até da sua família, precisando encontrar uma casa de irmãos.

Não se esqueçam da hospitalidade; foi praticando-a que, sem o saber, alguns acolheram anjos” (Hb 13,2); “Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades. Pratiquem a hospitalidade” (Rm 12, 1); “… fui estrangeiro, e vocês me acolheram” (Mt 25,35b); “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3,20).

E a partir do olhar de Deus, o povo se organiza em comunidades religiosas. As pessoas, numa comunidade, entendem a necessidade de buscar a Deus e falarem de forma harmoniosa a partir da voz dele. Nesse sentido, organizam espaços próprios de encontros, instituem um coordenador e estabelecem as reuniões. Celebrações religiosas passam a ser rotina, mas, sobretudo, nas solenidades de domingo e festas como prescreve a tradição do chamado “Povo de Deus”.

É dever de todos acolher bem todas e quaisquer pessoas, independentemente de classe social, raça, gênero, status profissional ou diferenças de subjetividade. Isto se estende ao mundo dos animais domésticos e selvagens, bem como às coisas materiais. A má acolhida resulta, muitas vezes, em acidentes ou transtornos ao longo do caminho. É próprio do ser humano acolher. De forma especial, isso é ser humano. É sagrado, em nossas casas, um ambiente próprio para acolher as pessoas. Nesses ambientes, sempre há o convite para o cafezinho, almoço ou jantar. A acolhida, a boa acolhida, é marca forte numa família, que jamais quer deixar o visitante partir com alguma sensação de desconforto. A Igreja é uma casa de irmãos espirituais que servem ao mesmo Pai, logo precisam se acolher. 

Sugerimos uma acolhida de fora para dentro, que promova a proximidade, através de pequenos gestos que fazem a diferença:
1- Receber os fiéis e ajudá-los no estacionamento …
2- Acolhida humana, simples e fraterna na porta igreja …

3- Ajudar as pessoas a se acomodarem …
4- Saudação inicial “a todos” com sabor bíblico e inspiração.
5- A Liturgia não é uma ação individual …

A definição de acolhida enseja a maneira de receber ou de ser recebido(a), a calorosa recepção, consideração, o oferecimento de refúgio, proteção ou conforto físico [abrigar(-se), amparar(-se)], o dar ou receber hospitalidade [hospedar(-se), alojar(-se)]. E essa atitude será comunicada pela atenção que dedico ou pelas posturas mentais e corporais diante dos outros. E é na eclésia que mais se pode exercitar, sem distinção ou acepção de pessoas, a acolhida cristã, ou seja, configurada no mandamento do amor a Deus sobre todas as coisas e no próximo com a mim mesmo.

A maioria de nós, em algum momento da vida, já se sentiu ignorado, desvalorizado ou desconsiderado por alguém ou por um grupo. E como nos sentimos bem quando somos respeitados e valorizados, seja recebendo atenção, sendo ouvido ou percebendo na pessoa um olhar atencioso, uma postura física que nos comunique consideração pelos nossos pensamentos e ações.

O curso tratou de alguns problemas da má acolhida, como: reparar na postura simples dos outros (qual o público preferencial de Jesus?), o problema dos telemóveis (celular…), a imposição de modos próprios aos outros quer chegam de fora, as dificuldades para conversar com equidade (distribuir atenção a todos igualmente), o mau humor e a fofoca.

Acolher generosamente foi a firme indicação. Antes dos preconceitos é preciso colocar acolhida generosa. A acolhida não deve ser vivida como uma condenação porque não temos
outra saída, mas como um ato de amor. A globalização que acontece no mundo chega também ao aspecto populacional. Diante disso, a acolhida faz-se necessária, como atitude pessoal e coletiva. Nas igrejas isso é condição de prática profunda da fé em Deus, o qual ousou formar um povo santo que caminha rumo ao ser Reino Eterno. 

Acolher é abençoar o outro na casa do Pai. “O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça; o Senhor volte para ti o seu rosto e te dê paz”. (Nm 6, 24-26).