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Uma Espiga de Milho (Motivação Agrosófica)

A lição da espiga de milho é bela para os que estão começando a vida e para os que têm a missão de ensinar. Para quem não conhece uma espiga de milho pessoalmente, eu explico. A espiga é a parte do milho que contém os grãos, o sabugo e a palha. Ela é a parte mais importante da planta, desde a raiz ao ápice. Tecnicamente, é conhecida como a inflorescência que apresenta um eixo, chamado de sabugo, rodeado de flores que se soltam facilmente, transformando-se em grãos. O milho é talvez a cultura mais popular cultivada no Brasil. É oriunda da América do Sul. Milho, no saber do homem campesino, está associado também a dinheiro, milharal, milhão, planta de cultivo fácil e grão popular. Quem não conhece ao vivo, procure alguém que a conheça, ou entre na internet que encontrará facilmente a informação. O milho é uma planta de muitos significados em suas estruturas.

Vamos pegar apenas a espiga, deixando de lado o sistema radicular, o caule, as folhas e o pendão floral, enfim, no pé de milho. Vamos nos deter apenas na espiga, ou soca de milho, como conhecem alguns agricultores. Uma espiga de milho madura é composta pelas seguintes partes: palha, grãos e sabugo. Isto sem considerar os cabelos (tubos polínicos), que estão secos no estágio de maturação, mas que são responsáveis pelo início de cada grão. Um ser humano maduro, preocupado em ser feliz, se assemelha a uma espiga de milho. Ele cuida da sua aparência, ou seja, da sua palha. Preocupa-se com o seu cerne interior, que quer dizer seus princípios e valores. E, como terceiro zelo, prepara sempre a melhor semente a ser lançada na terra, através do seu aprimoramento pessoal.

A primeira tarefa do ser humano é cuidar da sua qualidade da vida, proporcionando sementes que germinem bem, zelando pela qualidade de seus grãos. Procurando exercer também a função de palha: adornando seu conteúdo com proteção e conforto. A espiga de milho não é bundona, ela assume a sua função de proteger os seus grãos, mesmo que o tempo ruim chegue. Ela não é irresponsável com a sua prole.

O ser humano também deve se preocupar com sua segurança, firmeza e a estrutura de todos na família, enquanto tiver que permanecer agarrado a eles.
Assemelhando-se ao sabugo do centro da espiga, rodeado de grãos, o ser humano que se responsabiliza em seu ambiente é o cerne da existência dos que o rodeiam, seja no trabalho ou na família. Ele é a medula espinhal, que não se importa com o tamanho dos grãos, mas resiste à liberação de cada semente que não esteja suficientemente madura para a vida.

Ele permanece no restolho, que é a espiga de milho mal granada, nos resíduos ou nas sobras, sabendo que tem uma missão a cumprir, sem jamais desanimar. Mostrando o seu valor, vai até o fim. Ele é uma espiga de milho que deixou cair a boa semente, a semente da felicidade, dos bons princípios e dos valores que podem ser novamente plantados e cultivados. Tenha uma espiga de milho em sua casa. Procure imitar a natureza da espiga de milho: viva a sua vida verdadeiramente, sendo proteção e conforto às pessoas, sendo firmeza interior e liberando sementes de felicidade aos seus filhos. Seja o princípio gerador do bem. Pais frouxos não são abrigo aos seus filhos. Gente nova não pode viver sem amparo a seus sonhos.

O auxílio é necessário nas horas difíceis da caminhada. Imagine um jovem precisando de quem o oriente num momento de decisão (questões amorosas, profissionais, entre outras). Quando não fazemos isto em casa, o filho busca socorro em bases que nem sempre vão lhe fazer estruturar a vida de maneira que não caia no primeiro vento. Todo cuidado que se dispensa bem cedo pode se tomar na fortuna do novo ser. Pode ser que a juventude não esteja afim de receber estes cuidados especiais. Mas como pode alguém que esteja se formando achar que já pode tudo? Se já sabemos tudo quando novos então a vida perderia o sentido. Cada um tem seus interesses, mas estes interesses precisam ser provados. Tanto melhor quando encontramos alguém que sirva de experiência, que nos evite a perda de tempo com coisas que mais tarde vamos ver que não funciona.

Sejamos pais amigos do tipo espiga de milho, que damos proteção e segurança, mas que liberemos nossos filhos para povoar a terra quando estiverem se sentindo sementes maduras, preparadas para o sucesso na lavoura da vida.

*Trata-se da motivação realizada com base na Agrosofia, comparando-se os nossos procedimentos com as “coisas do campo”, ou seja, o proceder do ser humano relacionado ao agro (agricultura, meio ambiente, vida natural…)