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A Agrosofia como Filosofia de Vida e como Método

Autor: Ainor Lotério – Engenheiro Agrônomo, Especialista em Motivação Humana.

O que é Agrosofia?
Concepção, Método e Filosofia Motivacional (e de vida), que nos permite a alegria de viver a essência humana em contato com as forças agronaturais. 
Trata-se de um neologismo, que quer retratar uma filosofia de vida baseada no agro.
Agro, entendido como sinônimo de campo, fundamento da agricultura, relação com a natureza e os seres que lá vivem, tanto humanos como animais e vegetais. Tem em consideração ainda outros fatores fundamentais, como a terra, as águas, o ar e a cultura desse meio.
A palavra surgiu através da combinação do prefixo de agronomia, mais o sufixo de filosofia. O que se quer dar é um sentido novo ao que estamos verificando na sociedade, com as pessoas querendo preservar o meio ambiente, voltando-se para o consumo de tudo o que é natural e produzido de maneira sustentável. Este “tudo” no sentido de retratar alimentos, procedimentos, técnicas, métodos, comportamentos, pensamentos, modo de vida, entre outras expressões.
A Agrosofia é, desse modo, definida como sendo a filosofia de vida baseada no agro; um pensamento que contempla o jeito de ser e de viver do ser humano do campo. Procura retratar não apenas a sabedoria, a coragem, a paciência, a perseverança, a resistência, a fé, a inovação, mas um comportamento que pode ser adaptado filosoficamente para outras áreas da atividade humana.
A Agrosofia é uma teoria que brota da natureza, associando cultura e modo de produção.

O Afastamento da Natureza.
Aquilo que não tinha muito valor, porque era abundante, agora passa a ser mais valorizado porque é escasso. Certos gêneros tidos como modernos, lançados pela indústria não respondem em termos de promoção da vida sustentável. É o caso dos agroquímicos, algum medicamento etc.
Na verdade, a humanidade começou a perceber que o saudável é o natural, o agroecológico, sem agressão, sem alteração, sem o perigo dos venenos.
Estamos percebendo que o agro de agrícola, com sentido de natural, de terra, de natureza, também pode ter o agrotóxico. Assim surgiu o agrotóxico, ou seja, o veneno que começamos a aplicar nas nossas lavouras e criações, e que hoje se preconiza fortemente a sua drástica redução e até eliminação.
A natureza, nossa maior forte de alimento energético, também nos limpa das energias estáticas e desarmônicas.
O homem moderno, que habita e trabalha em locais muitas vezes doentios e desequilibrados, vê-se privado dessa fonte maravilhosa de energia orgânica.
A competitividade, o individualismo e o estresse das grandes cidades e de certas atividades agravam esse quadro e favorecem o vampirismo energético, onde todos sugam e são sugados em suas energias vitais.
Dessa maneira, também se instala o agrotóxico mental e (psicológico, espiritual, econômico, social, familiar) e tantas outras formas nocivas e venenosas à vida humana, animal e vegetal no ambiente.
Os seres humanos têm a lei natural gravada no coração, de forma que – com certa facilidade – podem conheceros princípios fundamentais.
As criaturas irracionais cumprem esta lei inexoravelmente, mas o ser humano é livre e pode não segui-la. Com a criação de um Método de trabalho focado nesse saber, podemos levar uma motivação diferenciada e naturalmente forte às pessoas.
Finalmente, o que propomos como sendo agrosofia é uma nova relação de aprendizagem e evolução entre o ser humano e os minerais, as plantas e os animais.
Mudanças de Comportamento Impulsionadas pelo Agro.
Felizmente, vemos várias iniciativas na sociedade no sentido de preocupar a sustentabilidade dos fatores de produção, das relações com a vida, de uma maneira geral.
O ser humano começa a se dar conta de que não terá “vida continuada” para a sua prole, se não se fizer um morador decente dessa casa-mundo. Isto vale para os relacionamentos com a família, no departamento com os colegas, no clube social etc, e com a natureza.
Como profissional do espaço rural, atuando em empresa de pesquisa agropecuária e extensão rural (Epagri-SC – www.epagri.rct-sc.br) pude perceber esta mudança de atitude também permear as relações sociais, profissionais, empresariais, familiares etc. O ser humano começou a perceber que o veneno do mau relacionamento, da falta de conhecimento, no mundo dos negócios, bem como no mercado de produtos e serviços é um veneno altamente tóxico à evolução humana, em todos os sentidos.
Em toda a minha vida, desde meu nascimento e vivência dedicada ao campo em uma propriedade familiar, depois como extensionista (profissional que se dedica a levar conhecimentos técnicos e de promoção social ao homem do campo), sempre me dediquei ao espaço rural. Ao longo de quatro décadas vivenciei o comportamento e a rápida evolução do setor agrícola. Isto me possibilita hoje afirmar que o “agro” foi o meio que mais promoveu a evolução tecnológica. Basta ver o arroz irrigado passar de 40 para 300 sacos de 50 kg por hectare, o milho de 45 para 240, a existência da alface hidropônica, o tomate longa-vida, os produtos transgênicos, os maquinários, os fertilizantes, as técnicas de exploração e de difusão de tecnologia, a velha galinha caipira de quase um ano para ser abatida, para um frango (quase um pinto) ser abatido para o consumo humano com até 28 dias de vida.